Equiparação impossível. Nivelar por baixo só puniria o melhor

17/02/2019 10:08

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Romero Vieira Belo

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Existem regimes diferenciados para trabalhador da iniciativa privada e servidor público porque, simplesmente, não há como equipará-los plenamente. Quando se fala em reforma da Previdência, alguns se antecipam em dizer que o mau do sistema reside nos ‘privilégios’ dos funcionários públicos. Mas, quais seriam esses famigerados ‘privilégios’?

Os salários. Ah!, os salários. De fato, servidor público (ao menos estadual e federal) ganha razoavelmente bem, mas fazem jus à remuneração. O que existem são distorções no alto da pirâmide do funcionalismo público. Com regimes jurídicos próprios, servidores contribuem para a Previdência e pagam imposto de renda, em escala proporcional ao que recebem.

O desarranjo na Previdência Social não se agrava apenas pelo envelhecimento da população, mas, sobretudo, pelo desemprego que, nos tempos de recessão econômica como a atual, reduz de forma drástica o universo de contribuintes do INSS.

E ninguém atenta para isso. O discurso monocórdio dos críticos do serviço público se apoia, sempre, nos tais ‘privilégios’ que, em última instância, apenas representa uma inversão de valores: não é o servidor público que ganha muito, mas o trabalhador privado que ganha pouco. E esta é uma equação inquestionável.

Há ainda que considerar uma diferença essencial de natureza qualitativa. Para conseguir um bom salário, o servidor se submete a um concurso público, em geral uma seleção rigorosa para a admissão apenas dos melhores. O trabalhador privado é aceito pelo dono da empresa por meio de um breve contato, uma conversa ou ainda mediante simples teste de aptidão.

Não estão em debate, aqui, os valores, a condição humana, os direitos de cada um e de todos. Está em questão a meritocracia. Trabalhador que estuda, que desenvolve o intelecto, que absorve conhecimentos, que evolui, vai para o serviço público. Seria bom que houvesse um nivelamento ‘por alto’, mas é impraticável. No fundo, não é o servidor que ganha de mais, é o trabalhador que ganha de menos. O resto é papo furado, discussão estéril.

 

GRANDE JEREISSATI

Os tucanos devem estar orgulhos do colega Tasso Jereissati. O senador cearense retirou sua assinatura e ajudou a detonar a CPI proposta para investigar ministros do Supremo Tribunal.

 

FAZER O QUÊ?

Os contras não se cansam de afirmar que o projeto de Sérgio Moro não serve para combater à violência. Condenam, mas não dizem o que fazer para combater a criminalidade. Vazios.

 

ALE INICIA SEU ANO LEGISLATIVO NESTA TERÇA

Com a viagem do presidente Marcelo Victor ao Rio de Janeiro (foi participar de evento na Fundação Getúlio Vargas sobre a economia de Alagoas), a Assembleia Legislativa inicia seu ano legislativo nesta terça-feira (19), durante sessão ordinária prevista para às 15 horas. Na ocasião, será lida mensagem do governador Renan Filho contendo as ações do governo para o corrente ano.

 

FRANÇA MOURA

Campeão da radiofonia alagoana, o versátil França Moura está no ar, agora pela internet, com o seu tradicional Cidadania. Para ouvi-lo é só ir ao Google e acessar: rádio web cidadania.

 

O ALGO MAIS

O programa de França Moura é diferente, especial, porque não se limita à informação. O algo mais do Cidadania está na opinião, no debate, na controvérsia. E nesse quesito, França é insuperável.

 

PROJETO EDUCACIONAL DE LUCIANO BARBOSA

Para mudar a realidade social e econômica de Alagoas, por meio da educação, Luciano Barbosa quer materializar uma estratégia apoiada em três pontos: inclusão escolar, ensino efetivo e qualificado e aprendizado. Para o vice-governador e secretário da Educação, com esses três elementos será possível, em 10 anos, situar o ensino alagoano entre os melhores do País. Com a priorização, claro, da escola de tempo integral.

 

VISÃO PETISTA

Enquanto o mundo condena a ditadura de Nicolás Maduro, Gleisi Hoffmann vai até Caracas para manifestar o apoio do PT ao projeto bolivariano que está destruindo a indefesa Venezuela.

 

PAPA CRITICA

A propósito, nem o papa Francisco conseguiu se manter em silêncio. O pontífice acaba de disparar críticas a Maduro, acusando-o de não cumprir acordos assumidos. Falta o quê?

 

NÃO VAI SER UMA PARADA FÁCIL. DE JEITO NENHUM

O clima é de euforia, com o DEM comandando a Câmara e o Senado, mas a aprovação da reforma da Previdência não será fácil como alguns estão imaginando. A matéria é controversa, a proposta do ministro Paulo Guedes é bem mais rigorosa do que a de Michel Temer, e nunca se deve minimizar o fato de que o governo tem que reunir quórum de reforma constitucional. E a pressão pelas redes sociais – contra – ainda nem começou...

 

 

QUEBRADEIRA

Enquanto a bancada petista – na Câmara e Senado – volta a se posicionar contra a reforma da Previdência, o ministro Paulo Guedes não deixa por menos: “Eles quebraram o Brasil”.

 

QUEBRADEIRA 2

Bom, mas o Paulão Guedes pisou na bola. Afinal, como deve reagir o investidor que, de repente, ouve o homem forte da economia afirmar, em alto e bom tom, que o País está quebrado?

 

Primeira Edição © 2011