Dia da Visibilidade Trans marca luta por acesso a direitos

25/01/2019 18:29

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Ascom Semas

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De  acordo com dados da Rede Trans, em 2018 cerca de 150 travestis e trans foram mortos brutalmente em todo o Brasil. Em 2017, o Brasil contabilizou cerca de 179 casos, mantendo a estatística de País que mais mata travestis e transexuais homens e mulheres. Em Alagoas, em 2018, foram três casos, sendo dois deles em Maceió.

No próximo dia 29 é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans e travestis e transexuais irão mais uma vez repensar esses casos de violência e preconceito e como ter acesso aos direitos garantidos pela Constituição.

Essa data foi escolhida porque no dia 29 janeiro de 2004, travestis e transexuais falaram sobre sua realidade no Congresso Nacional e apresentaram  a campanha ‘Travesti e Respeito’, idealizada e construída no Departamento de DST, Aids e Hepatites do Ministério da Saúde. Em reconhecimento a esse marco foi criado o Dia Nacional da Visibilidade Trans.

Mas o que é ser trans? Uma pessoa trans é uma pessoa cuja identidade de gênero é diferente de seu corpo.  O que se vê no espelho que não bate com o que está na mente. A transsexualidade, antes de tudo, é um conflito interno. É quando se percebe que não se é aquilo que pensava ser.

De acordo com o coordenador da Diversidade Sexual da Secretaria Municipal de Assistência Social(Semas), Roberto Junior, nesse período  pouco se caminhou para a inclusão de travestis e transexuais na sociedade. “São pessoas que ainda possuem grande dificuldade de acesso à educação, à saúde  e ao emprego, além de sofrerem com a violência e o desrespeito diariamente. O Dia da Visibilidade Trans é um momento de reflexão para  as pessoas trans com o objetivo de cobrar por políticas públicas para eles e elas, e de cobrança por respeito por parte da sociedade”, destacou.

Para a pesidente da Associação Cultural das Travestis e Transexuais de Alagoas (Actrans), Natasha Wonderfull, a data serve para se pensar em propostas que irão mudar a vida de transexuais e travestis. “O acesso à educação, à saúde, e ao trabalho para a pessoa trans ainda é muito difícil”, disse.

Natasha trabalha como técnica de enfermagem no Consultório na Rua na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Tenho meu trabalho, mas sei  que muitos transexuais e travestis sofrem preconceito para conseguir um emprego por causa da sua sexualidade. A gente vê muitos  se prostituindo para se sustentar. Por isso, incentivo todos eles que procurem estudar para que tenham uma vida melhor e saiam das ruas. Mas temos continuar batalhando por condições melhores”, ressaltou.

Um dos avanços é o uso do nome social. “Pode usar o nome social é respeitar a  pessoa trans  e travesti, mas infelizmente não acaba o preconceito porque as pessoas nos julgam pela aparência. Não olham a nossa personalidade e sim a aparência. O respeito de ambos os lados é um grande começo para que haja mudanças”, destacou Natasha, que conseguiu alterar seu nome no registro civil.

Em comemoração ao dia da Visibilidade Trans, o grupo Trans Show, do qual Natasha faz  parte, apresentará um espetáculo no Cine Arte Pajuçara, neste sábado (26),  com o tema “A Arte Transgride, Meu Corpo Resgate. Mas o Preconceito nos Mata”. A direção geral é de Dinah Ferrreira e direção artística de Pierre Pelegrine. O valor da entrada é R$ 15 e um quilo de alimento não perecível.

Primeira Edição © 2011