Mutirão encaminha mais de mil crianças para tratamento de anemia

Ação faz parte do Programa da Primeira Infância de Alagoas (CRIA) e aconteceu em seis municípios, atendendo 1.910 crianças

07/12/2018 17:01

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Agência Alagoas

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O Programa da Primeira Infância de Alagoas (CRIA) encerrou esta semana o mutirão de avaliação da taxa de ferro e encaminhou cerca de 1.000 crianças para tratamento de anemia, num total de 1.910 atendidas, em seis municípios alagoanos.

 O objetivo da ação foi identificar as crianças entre 6 a 24 meses que estão com anemia e encaminhá-las para tratamento. Além disso, todos os pais receberam orientação nutricional e puderam avaliar o crescimento dos pequeninos.

As avaliações foram feitas por meio de um exame de sangue. O resultado saiu na hora e as crianças já foram consultadas por nutricionistas. As que estão com anemia foram encaminhadas para tratamento e receberão dose de sulfato ferroso e vitamina A. Na ocasião os agentes de saúde e a equipe do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), que coordenou a ação, e é parceiro do CRIA, realizaram a avaliação antropométrica detalhada.

Segundo a nutricionista e pesquisadora do CREN, Ana Paula Clementino, os efeitos da deficiência de ferro em crianças são os mais impactantes e têm consequências adversas significativas para a saúde, com atraso no desenvolvimento cognitivo e motor, fadiga e baixa produtividade. “É a terceira principal causa global de incapacidade, com impacto na saúde, educação, economia e na produtividade de toda uma nação”, explicou Ana Paula.

Capacitação

A pesquisadora chamou atenção para dados de estudos publicados no Brasil que mostram inadequações na alimentação de crianças, sobretudo entre as menores de dois anos. “O desmame precoce, alimentação complementar inapropriada e o alto consumo de alimentos industrializados contribuem para o desenvolvimento das carências nutricionais, principalmente de ferro e vitamina A”, falou.

A avó do pequeno Lucas Vinícius, de 1 ano e 6 meses, Eliane Marques, comprovou na consulta o que apontam os estudos sobre anemia do Brasil. Diagnosticado com carência de ferro, o neto não come frutas nem verduras e consome apenas suco industrializado. “Ele come feijão e toma leite, mas gosta mesmo é de biscoito e doces. Não come verdura porque ninguém come lá em casa. Agora estou vendo que ele está com anemia e vamos fazer o que a nutricionista pediu”, disse Eliane.

Para o secretário municipal de saúde de Pilar, Marcelo Costa, desde que foi implantado o Programa da Primeira Infância no município, a atenção à prevenção foi reforçada e colocada como prioridade para crianças e gestantes. “Em menos de dois anos vimos uma transformação no atendimento. Os agentes públicos estão preparados para atender esse público e ações como essa só reforçam o conhecimento dos nossos técnicos.”, afirmou o secretário.

A equipe de nutrição do CREN, que é parceira do CRIA, realizou o mutirão nos seis municípios que participam do Programa da Primeira Infância. Pilar, São Luiz do Quitunde, Murici, Teotônio Vilela, Pão de Açúcar e Batalha receberam as equipes durante os meses de novembro e dezembro, com o apoio das secretarias municipais de saúde. Os relatórios finais do mutirão serão entregues aos secretários municipais de saúde para que possam desenvolver políticas de saúde voltadas ao combate da anemia.

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