Poroshenko envia tropas à fronteira com Rússia e mares Negro e Azov

03/12/2018 17:53

A- A+

EFE

compartilhar:

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou nesta segunda-feira o envio de tropas às regiões fronteiriças com a Rússia e aos portos no litoral dos mares Negro e Azov para responder a uma possível invasão da Rússia.

"Falamos não só dos setores da fronteira russo-ucraniana, mas também dos portos, da defesa dos mares Azov e Negro, e também de garantir a defesa antiaérea", disse Poroshenko ao inspecionar manobras militares na região fronteiriça de Chernigovskaya.

Poroshenko ressaltou que, no marco das medidas relativas ao estado de exceção, decidiu reduzir os preparativos militares "para garantir a transferência a tempo das tropas aos locais de um possível ataque por parte do Estado agressor".

Nas dez regiões afetadas pelo estado de exceção serão efetuados também exercícios militares e testes de mobilização das tropas de reserva, explicou o presidente ucraniano, segundo meios de comunicação locais.

Poroshenko lembrou que o estado de exceção estará em vigor durante 30 dias e expressou sua confiança de que não seja necessário prorrogá-lo, embora tenha destacado que, depois dos progressos experimentados nos últimos quatro anos e meio, o exército ucraniano "está preparado para fazer frente ao inimigo".

"Aproveitaremos este período para reforçar a nossa defesa e a nossa capacidade de defender os cidadãos de um ataque inimigo. Espero que nos limitemos às medidas citadas e não necessitemos prolongá-lo", disse.

Poroshenko, que esteve acompanhado nos exercícios por altos comandantes dos exércitos dos Estados Unidos e do Canadá, denunciou no sábado que a Rússia enviou 80.000 soldados, além de mais de 3.000 tanques e veículos militares, à fronteira, à anexada Crimeia e às áreas do leste do país sob controle separatista.

A essas tropas se somariam 500 aviões, 33 helicópteros, 1.400 peças de artilharia, além de 80 navios e oito submarinos nos mares Negro, Azov e Mediterrâneo.

Na hora de propor ao parlamento a imposição do estado de exceção, algo que não se fez nem depois da anexação da Crimeia nem da sublevação pró-russa no leste do país, ambas em 2014, Poroshenko explicou que a Ucrânia enfrenta "uma guerra em grande escala" com a Rússia.

O Kremlin tachou hoje de "totalmente absurda" a afirmação de Kiev de que o exército russo pretende apoderar-se dos portos ucranianos de Mariupol e Berdiansk para abrir um corredor terrestre entre as áer pró-russas em Donetsk e Lugansk e a península da Crimeia.

Primeira Edição © 2011