China exige que redes sociais "limpem" contas de "informação ilícita"

17/11/2018 11:42

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EFE

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O departamento encarregado da censura nas redes na China, a Administração do Ciberespaço (CAC), exigiu às plataformas de redes sociais que "limpem" as contas que "disseminem informação ilícita", informou neste sábado a agência estatal de notícias "Xinhua".

A CAC indicou ontem à noite que realizou reuniões com diretores de dez plataformas sociais, entre elas algumas muito destacadas como WeChat - o WhatsApp chinês - e Weibo - o equivalente chinês do Twitter.

As empresas que as operam deverão "suspender as contas que disseminem informação indecente, pornografia ou rumores, ou que publiquem anúncios ilegais".

Entre estas companhias também estão gigantes tecnológicos como o Baidu, que controla o principal motor de busca do país, e a Tencent, proprietária do WeChat e dona de um dos maiores valores em bolsas de valores do mundo por peso de cotação.

O órgão censor cibernético chinês advertiu que "as plataformas de redes sociais jamais devem permitir que os operadores de contas castigadas possam abrir outras contas novas para seguir disseminando informação ilegal".

Para garantir que estas diretrizes são cumpridas, a CAC trabalhará junto a "outros departamentos" para supervisionar mais de perto as redes sociais e "castigar duramente" quem violar as normas.

Na terça-feira passada, a CAC tornou público o resultado de uma campanha de "limpeza e retificação" nas redes sociais: mais de 9.800 contas foram fechadas por diferentes motivos, entre os quais se citava a "propagação de informação política prejudicial" ou a "alteração maliciosa da história do Partido (Comunista da China) e do país".

No comunicado que publicou então, a instituição acusou as citadas plataformas sociais de "falta de responsabilidade, gestão negligente e tolerância diante da proliferação selvagem" destes tipos de contas.

Não só a informação política considerada ilegal pelas autoridades está no ponto de mira: ontem, a imprensa oficial anunciou que as recompensas por denunciar publicações pornográficas e outros tipos de conteúdo ilegal aumentaram e podem chegar a até 600.000 iuanes (US$ 86.350).

A China é o país com mais internautas do mundo (cerca de 700 milhões), mas também um dos que exerce maior controle sobre os conteúdos na rede, como mostra o fato de que plataformas populares em nível mundial como Google, Facebook, Twitter e YouTube sejam bloqueadas no país há anos.

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