Economista de Bolsonaro, Guedes nega estudar volta da CPMF

Administrador afirmou que estuda a proposta de criar um imposto único

09/10/2018 17:29

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Agência Brasil

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O economista Paulo Guedes, que comanda o núcleo econômico da campanha do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, desmentiu hoje (9) a proposta de retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o imposto do cheque. Ele ficou ao lado do candidato na primeira entrevista concedida após o resutlado do dia 7.

Em entrevista ao site UOL, à Rádio Jovem Pan e ao Pânico, transmitida ao vivo, Guedes afirmou que estuda a proposta do seu colega Marcos Cintra de criar um imposto único. Segundo ele, a fórmula é a favor dos mais pobres, pois elimina os impostos indiretos, que são regressivos, e permite simplificar tudo em uma única alíquota.

Guedes disse ter sido mal interpretado durante palestra fechada e organizada por uma empresa de aconselhamento e gestão de fortunas familiares, em setembro, e que estava analisando duas propostas: ir para o imposto único federal, com a base no valor adicionado, ou uma outra, com base nas transações financeiras.

Segundo o economista, o estudo de Cintra prevê imposto único com alíquota de 15%, mas ele decidiu encampar a proposta com 20%. “Isso que o Jair está falando que vai ter isenção para todo mundo e depois é 20%, na proposta dele era 15%, eu é que fui conservador e disse vamos manter em 20%. O que está se falando aí, é um absurdo, é equivocado, é de gente despreparada vazando coisa que não conhece.”

Mercado

Ao defender o aumento da competitividade no mercado brasileiro, Guedes criticou a concentração de recursos no governo federal nos últimos 20 anos, que teria favorecido grandes grupos financeiros e empresariais e criado carteis, porém ressaltou que os orçamentos incluíram políticas públicas. “Essas políticas públicas, evidentemente, serão mantidas, o Bolsa Família como disse o Jair vai ser aumentado.”

Para o economista, a concentração de recursos no governo federal é característica de sistema social democrata. “O dinheiro está concentrado e aí faz um pouco de assistencialismo com o andar de baixo e faz alguns grandes negócios com o andar de cima, em vez de focar na criação de uma classe média emergente, na competição do mercado, do preço razoável quando tem uma competição. Não é isso que tem acontecido no Brasil. A economia do Brasil é uma das mais fechadas do mundo.”

Guedes disse que o caminho da prosperidade é o de grandes nações que foram construídas por meio de mecanismos de inclusão social. Apontou que "a maior ferramenta" para criar dignidade e riqueza é a economia de mercado.

“Chineses, soviéticos, ex-socialistas, vítimas do socialismo que mergulharam nos mercados globais e estão escapando da miséria, enquanto isso estamos fechando e cartelizando a nossa economia”, afirmou o economista, informando que a eleição de 2018 é baseada em princípios e valores, por isso não adianta fazer “pegadinhas” sobre economia.

Primeira Edição © 2011