Sem comando, oposição em Alagoas será massacrada nas urnas de sete de outubro

24/09/2018 12:41

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Romero Vieira Belo

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Com Renan Filho candidato à reeleição, não seria fácil para ninguém enfrentá-lo na sucessão deste ano. Que o diga Fernando Collor que precisou de apenas alguns dias para sentir o altíssimo índice de aprovação do governador, o que o fez desistir.

Mas a oposição, totalmente desarticulada, sofre pela ausência de um comando atuante e experiente. O PSDB, líder do bloco, perdeu substância depois que Téo Vilela – sem razão conhecida – passou a presidência regional ao prefeito Rui Palmeira.

Rui cozinhou sua ‘provável candidatura’ por mais de um ano. Quando desistiu – convencido de que acabaria sem Prefeitura e sem qualquer outro cargo público – o fez em cima da hora e sem um ‘nome competitivo’ para entrar no jogo. Ação desastrada.

Collor apareceu, na undécima hora, não para disputar o governo, mas para antecipar o que poderá ser o cenário da próxima eleição para o Senado, quando ele deverá concorrer à reeleição tendo Renan Filho como adversário. Uma pesquisa qualitativa daria uma ideia do que poderia vir a ser o confronto, mas ele preferiu viver uma situação real. Ao desistir, o fez sentindo na pele (e nos votos) a supremacia exercida pelo governador.

Pinto de Luna, um homem de bem, foi chamado para tapar o buraco deixado por Collor. Mais uma articulação de Rui. Não se sabe por quê, começou a campanha cometendo o mesmo erro fatal do ex-presidente: bater em Renan Filho, sem dar a mínima para o alto índice de aprovação de seu governo. Um tiro no pé.

Como Collor, aliás, o discurso de Pinto incorre em desvario ao criticar a construção de hospitais, num estado sabidamente sem rede hospitalar pública. Collor andou dizendo que, eleito, iria concluir as ‘obras inacabadas’ de Renan Filho. Num ato falho, exaltou o governador, reconheceu suas realizações.

Alguém deveria dizer a Rui e a Pinto que não se vaia time que está ganhando, nem se ataca uma torcida que toma quase todos os espaços do estádio. É pouco inteligente, para dizer o mínimo. O que Pinto teria a dizer é que ‘pode e vai fazer mais’ do que Renan Filho. Agora, se o eleitor vai acreditar, são outros quinhentos.

 

MUDANÇA À VISTA

Passada a eleição, o comando nacional do PSDB deverá devolver a Teotonio Vilela Filho a presidência regional da legenda. A experiência com Rui não poderia ter sido mais contraproducente.

 

MUDANÇA À VISTA 2

Aliás, os principais líderes nacionais do PSDB não engoliram a aliança feita com o senador Collor que, ainda bem, desistiu. Rui queria um ‘nome de peso’ e acabou dividindo o partido.

 

DECISÕES MOSTRAM QUE RENAN TINHA RAZÃO

Absolvido por unanimidade (4x0) no caso da Mônica Veloso, o senador Renan Calheiros pode comemorar. Era o processo mais emblemático contra ele. Já são oito, nove inquéritos arquivados no Supremo Tribunal. Confirma-se, a cada decisão do STF, a tese do senador de que foi perseguido pelos procuradores Gurgel e Janot. Sem provas, as denúncias contra Renan se baseiam, sempre, em ‘ouvir dizer’ de delatores loucos para sair da prisão.

 

RÉU DE GRAÇA

Sobre a decisão, disse o senador Renan: “Por causa dessa ação, tornaram-me réu, quase fui afastado da presidência do Senado e fui retirado da linha sucessória da Presidência da República”.

 

CUSTOU CARO

E completou: “Foi um massacre pessoal, familiar e institucional. Ouvir dos ministros que o caso custou muito para a imagem do Senado e do país, me faz acreditar na justiça e seguir em frente”.

 

LESSA BARRADO POR AÇÃO QUE AUTOR DESISTIU

O ex-governador Teotonio Vilela lamentou o indeferimento da candidatura de Ronaldo Lessa. A ação, julgada agora pelo TRE-AL, foi movida porque Lessa acusou a oposição (à época liderada por Vilela) de ter invadido seu comitê político. O Tribunal decidiu contra Lessa, mesmo depois que Téo Vilela desistiu da ação, o que torna a decisão, no mínimo, contestável.

 

VOTO OCULTO

Para não ouvir reprovações e evitar pressão, muita gente está ‘escondendo’ o voto em Bolsonaro. Precisamente como ocorreu com Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.

 

EUA VÃO BEM

E, como Bolsonaro tem sido comparado a Trump, vale lembrar que a economia americana – com seus reflexos no social – nunca esteve tão bem quanto agora, com Donald na presidência.

 

POR QUE BOLSONARO ESTÁ CRESCENDO SEM PARAR

A opção por Bolsonaro se fortalece com o seguinte: Haddad foi um péssimo prefeito em São Paulo; Marina Silva já foi ministra (de Lula) e nada fez; Ciro Gomes foi ministro (de Lula) e não fez nada; e Henrique Meirelles já mandou na economia com Lula, com Dilma e com Temer – e deixou a crise como legado.

 

O MENTOR

Téo Vilela foi o grande incentivador para que Rodrigo Cunha disputasse o Senado Rui queria que o deputado de Arapiraca concorresse ao governo, já que ele (o prefeito) havia desistido.

 

BANCADA

Se der Cunha, junto com Renan Calheiros, o PSDB terá recuperado a cadeira senatorial ocupada por Teotonio Vilela por longos 24 anos. Hoje, a bancada tem Renan, Collor e Biu de Lira.

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