Ex-chefe de campanha de Trump faz acordo e assume culpa em 2 acusações

14/09/2018 18:32

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EFE

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Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou nesta sexta-feira um acordo de colaboração com a Justiça na investigação sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas de 2016, e se declarou culpado de duas acusações.

Segundo autos do Tribunal Distrital de Columbia, Manafort reconheceu culpa por obstrução de Justiça e de conspiração contra os EUA, acusações que foram oficializadas durante a manhã por Robert Mueller, procurador especial do caso que tenta apurar a ligação entre a Rússia e a campanha eleitoral de Trump para chegar ao governo.

Há três semanas, Manafort já tinha sido condenado por oito de um total de 18 acusações de fraudes bancária e fiscal. Com o acordo de hoje, o ex-assessor de Trump tenta conseguir uma redução da condenação final, já que corre o risco de passar o resto da vida na prisão.

A Casa Branca não demorou a reagir à notícia do acordo, e desvinculou Trump do processo envolvendo Manafort.

"Isto não tem absolutamente nada a ver com o presidente ou com sua bem-sucedida campanha presidencial de 2016", disse à Agência Efe a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

Mueller investiga desde maio de 2017, de forma independente do governo americano, os possíveis laços entre membros da campanha de Trump e o governo russo, acusado pelas agências de inteligência dos EUA de interferir no pleito presidencial de 2016.

Manafort trabalhou entre 2006 e 2017 assessorando políticos estrangeiros, como o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, e para grandes empresários russos, ajudando a melhorar a imagem deles em Washington sem comunicar a respeito às autoridades americanas, o que é considerado crime nos EUA.

O processo contra Manafort é produto da investigação de Mueller, mas não está relacionado diretamente com as atividades que desempenhou entre março e agosto de 2016 na campanha de Trump, da qual chegou a ser o chefe até se ver obrigado a renunciar por ter sonegado à Receita americana o recebimento de US$ 12,7 milhões pelos serviços prestados a Yanukovich.

Primeira Edição © 2011