Ex-assessora da Casa Branca gravou Trump em segredo, diz imprensa americana

10/08/2018 17:38

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EFE

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Omarosa Manigault Newman, a ex-assessora principal afro-americana do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, gravou em segredo diversas conversas que manteve com o magnata, tanto pessoalmente como através do telefone, segundo publicaram nesta sexta-feira diversos veículos de imprensa.

Manigault Newman teria em sua posse essas gravações que, segundo publicou nesta quinta-feira o site "Daily Beast", serão divulgadas em seu livro "Unhingued" ("Desequilibrado", em tradução livre do inglês), que será lançado na próxima semana.

Um porta-voz da editora Simon & Schuster, que é responsável pela publicação do livro, não quis confirmar a existência dessas gravações ao site de notícias. No entanto, segundo o "Daily Beast", o funcionário da editora garantiu que a empresa está convencida de que a autora "pode fundamentar" a narração de sua passagem pela Casa Branca.

Após participar em 2004 do 'reality show' apresentado por Trump "The Apprentice" ("O Aprendiz"), da emissora "NBC", Manigault Newman se transformou em uma das pessoas de confiança do multimilionário, que não hesitou em colocá-la em sua equipe quando assumiu a presidência do país, em janeiro do ano passado.

Manigault Newman ostentou o cargo de diretora de Comunicações do Escritório de Relações Públicas da Casa Branca até que apresentou sua demissão em dezembro por razões que nunca foram esclarecidas.

Desde então, a outrora confidente de Trump, se transformou em seu pesadelo devido às declarações nas quais deixou entrever que o conteúdo de seu livro poderia demonstrar, entre outras coisas, o caráter racista do presidente.

De fato, o jornal "The Guardian", que afirma ter tido acesso a uma cópia adiantada da obra, noticiou hoje que a ex-assessora sustenta que existem gravações de Trump utilizando a palavra "nigger", um termo pejorativo para se referir aos negros nos Estados Unidos, durante as sessões de gravação de seu programa televisivo, mas ela nega ter sido testemunha direta desses acontecimentos.

Em seu livro, segundo o jornal britânico, Manigault Newman também descreve como, já ocupando o Salão Oval, Trump se dirigiu de forma racista ao marido de sua também assessora Kellyanne Conway, que tem origem filipina, a quem teria se referido como "fodido, flip! desleal! fodido goo-goo!".

Tanto "flip" como "goo-goo" são duas expressões depreciativas utilizadas para atacar a comunidade filipina nos Estados Unidos.

Primeira Edição © 2011