Membro histórico da ETA deixa prisão após cumprir 31 anos de pena

05/08/2018 20:48

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EFE

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O histórico membro da ETA Santiago Arrospide Sarasola, conhecido como Santi Potros, deixou a prisão após cumprir 31 anos de pena por 40 assassinatos, diante da indignação das vítimas do terrorismo, que pretendem impedir que se realizem atos de homenagem.

Potros foi libertado da prisão de Topas (Salamanca) após cumprir 31 dos 70 anos de sua condenação, 13 na França e 18 na Espanha, e superar o cumprimento máximo de privação de liberdade.

Trata-se da pessoa que ordenou os atentados mais sanguinários da organização terrorista ETA, entre eles o do Hipercor em Barcelona, com 21 mortos, e o da praça da República Dominicana em Madri, no qual morreram 12 guardas civis.

O principal temor das vítimas são as homenagens de boas-vindas que podem ser realizadas no País Basco, mas por enquanto não há indícios da preparação de atos para receber Potros, que, após a ruptura do cessar-fogo da ETA em 2006 com o atentado na T-4 de Barajas, se uniu ao setor crítico ao grupo terrorista.

São justamente as imagens das homenagens que causam uma "dor tremenda", afirma a advogada da Associação de Vítimas do Terrorismo Carmen Ladrón de Guevara, que adverte que qualquer gesto será denunciado como um crime de humilhação às vítimas.

O governo espanhol afirma que estará atento: "Se houver um crime que pode ser concebido no enaltecimento do terrorismo ou menosprezo das vítimas, evidentemente que para isso estão as forças e corpos de segurança do Estado", disse o ministro de Interior, Fernando Grande-Marlaska, em entrevista à Agência Efe.

O Departamento psicossocial da Associação Vítimas do Terrorismo está fazendo acompanhamento com as vítimas mais afetadas pela libertação de Potros, acontecimento que muitos não esperavam, explicou a advogada da associação.

Através de seu porta-voz, Naike Díez, a associação de familiares de presos da ETA Etxerat apontou entender e compartilhar "a dor" das vítimas por esta a libertação, mas expôs que Potros "cumpriu com a lei" e ficou 31 anos "afastado de sua casa".

Primeira Edição © 2011