Eduardo Tavares diz que políticos profissionais adoecem o poder

29/06/2018 12:06

A- A+

A Notícia

compartilhar:

O procurador e pré-candidato a deputado federal por Alagoas, Eduardo Tavares, foi entrevistado na tarde da última quarta-feira (27), durante o programa Momento Jurídico da TV Mar. Na oportunidade, Tavares avaliou o atual cenário político-econômico do país e aproveitou para lembrar de sua gestão a frente do  Ministério Público do Estado ( MPE).

Formado pela Universidade Federal de Alagoas em Direito, Tavares diz que escolheu o curso com o objetivo de ser promotor de justiça, passando 10 anos na promotoria de júri da capital.

Antes disso, quando tinha 18 anos chegou a ser vereador em sua cidade, mas deixou o cargo para assumir a vaga em um concurso no MP. Foi só então depois de uma longa jornada na instituição, que veio a ideia de disputar alguns mandatos eletivos.

Motivado pelas atividades classicistas, ele se empenhou na Associação do Ministério Público de Alagoas (AMPAL) onde foi presidente por 8 mandatos.

“Eu lutava muito pela classe, e nessa época viviamos um momento que a magistratura precisava de defesa perante o congresso. Eu me sentia vocacionado para isso, mas gostava tanto do júri que fiquei nos dois”, decarou.

Perguntado sobre os maiores desafios a frente da instituição, Eduardo disse que apesar da paixão que tem pelo MP notava que abaixo da credibilidade que o lugar tinha, havia muita discórdia, por isso ele decidiu implantar ali a cultura do convívio da unidade.

“ Ali fui amigo irmão e conciliador, transformamos o MP clássico notado apenas pela atuação do tribunal do júri, em uma instituição proativa”, explicou.

Após essa mudança, a instituição foi reconhecida pelo governo daquela época e ganhou visibilidade, sendo nesses período anunciados diversos concursos publicos para servidores e promotores, além da ampliação de sedes próprias e quitação de dividas históricas que a instituição tinha com promotores.

Atuação do MP incomodou muita “gente”

É notório que o Ministério Público desempenha um importante papel na sociedade, todavia, essa atuação vem incomodando muita gente, principalmente integrantes da classe política. Tavares denunciou que essa atitude não resguarda os promotores de suas funções, já que é função do órgão investigar e defender interesses sociais, diante de provas.

Em Alagoas por exemplo, um estado pequeno, onde muita gente se conhece, há tentativas constantes de burlar o poder fiscalizatório do MP, no entanto, Tavares garante que não há condescendência.

“O MP tem incomodado muita gente, não raras vezes um prefeito processado quando se elege deputado federal ele se põe contra a instituição, mas isso esta sendo vencido porque o Brasil passa por um momento de depuração” enfatizou, lembrando que o estado acumulou grande número de ações civis por atos de improbidade administrativas.

Pré-candidato as eleições deste ano, ele fez questão de deixar um recado aos eleitores, segundo o procurador, cada povo tem o governo que merece e atualmente, o momento é de aprimoramento da sociedade, que está chateada com o descredito da classe política.

Ele disse ainda que isso só está ocorrendo, porque ninguém admite que se trabalhe tanto em um país tão belo e rico naturalmente, para tanto ele adianta que a cada ano a quebra do silêncio do povo será ainda maior.

“ A Politica é um grande instrumento da paz e união, é uma coisa boa, mas precisamos saber quem colocar na politica, é preciso colocar no congresso homens que discutam orçamento e inflação, que possam defender um país que prospere”, aconselhou, dizendo que o mal da política é associa-la ao lado profissional e não como uma missão, esse fato segundo ele adoeceu a política: Bichada.

Já que nessse meio há corrupção e diversos crimes eleitorais nos últimos anos, ele considera um desafio que um homem de bem se preserve no meio. “ Ele vai se sentir uma andorinha sozinho, mas temos tudo para mudar esse quadro colocando gente honesta”, disse.

Para exemplificar um descaso, ele denunciou o ex-prefeito de Traipu que não investiu em um cidade propicia a secas, saqueando os cofres públicos. Como forma de amenizar essa situação no país, ele conta que defende a lei de responsabilidade fiscal, que por vezes é criticada pelos próprios políticos que a caracteriza como  “complexa”.

Primeira Edição © 2011