Cremerj vistoria hospitais federais e constata falta de profissionais

25/06/2018 20:05

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Agência Brasil

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O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) constatou, em mais uma vistoria no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, que o hospital precisa da contratação de cerca de 400 novos profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, para funcionar plenamente, de acordo com relatório apresentado hoje.

De acordo com o Cremerj, devido à falta de recursos humanos, a unidade está com 24 leitos bloqueados. Com isso, a emergência está superlotada e há muitos pacientes internados no corredor – sete em poltronas, nove em macas, um em cadeira, um em longarina e um em cadeira de rodas.

Além disso, por ter uma emergência referenciada, mas que, na prática, funciona com porta aberta, o Cardoso Fontes tem recebido muitos pacientes para internação em especialidades que a unidade não tem, sobrecarregando ainda mais o serviço de emergência.

Pacientes de oncologia

A inspeção, ocorrida no dia 13 passado, constatou ainda a ausência de suporte na oncologia, que não tem enfermaria própria. Devido à falta de médicos, o setor oncológico parou de receber novos pacientes diretamente. Em razão disso, pessoas diagnosticadas com câncer tentam iniciar o tratamento dando entrada por meio de outras especialidades ou pela emergência, o que sobrecarrega o serviço em cerca de 40%.

Em relação aos pacientes oncológicos que conseguem se consultar na unidade e precisam de quimioterapia, apenas uma parte tem acesso ao tratamento. Além disso, todo o medicamento quimioterápico é comprado com a verba do hospital – que não aumentou em relação ao ano passado –, não havendo suplementação.

De acordo com o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, a rede federal de saúde vive um momento crítico. “Todas as unidades estão com leitos reduzidos ou serviços interrompidos, por causa da falta de recursos humanos. A assistência à população está muito prejudicada e o Ministério da Saúde tem que cumprir com o combinado imediatamente. A situação é caótica”, avaliou.

Na última quarta-feira (20), o presidente do Cremerj, Nelson Nahon, e representantes do Sindicato dos Enfermeiros visitaram a nova emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, que foi inaugurada em fevereiro deste ano e custou R$ 21 milhões aos cofres públicos. Eles constataram que a sala amarela do setor, apesar de equipada, permanecia trancada com um cadeado. Já a sala vermelha estava vazia, sem aparelhos ou macas, enquanto haviam pacientes internados no corredor da emergência. O déficit de recursos humanos é a principal causa para o fechamento das salas e para a superlotação da unidade.

Resposta

Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde informa que, até o final de agosto, todos os 3.592 profissionais de saúde e de apoio à assistência previstos para contratação este ano em processo seletivo já estarão atuando nos hospitais. Para o Hospital Federal de Bonsucesso, além da renovação da força de trabalho existente na unidade, serão destinados mais 250 profissionais. Destes, cerca de 140 serão alocados na nova emergência ampliada do hospital, somando–se aos 48 médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem já contratados este ano para reforçar o setor.

Com relação ao Hospital Federal Cardoso Fontes, além da manutenção da força de trabalho já existente, a unidade recebe um reforço adicional de 72 profissionais destinados, majoritariamente, para a emergência da unidade.

Primeira Edição © 2011