Por que Jair Bolsonaro lidera a corrida presidencial

18/06/2018 13:21

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Romero Vieira Belo

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O capitão e deputado federal Jair Bolsonaro é um 'fenômeno político'? Não propriamente. Não foi sequer, ainda, testado nas urnas. Pelo menos em um pleito majoritário de grande dimensão, como uma sucessão presidencial, Mas, também, não é um personagem comum, um fugaz vencedor de pesquisas eleitorais efêmeras.

Jair Bolsonaro, tal como Fernando Collor em 1989, é o desaguadouro de mágoas e desilusões, a foz para onde correm as águas da amargura e da desesperança. Em tempos de crise, como agora, e de grandes mudanças, como a transição para a democracia, na era Collor, o povo precisa de um líder. E para milhões de brasileiros, para um universo cada dia maior de eleitores, Bolsonaro encarna esse guia pátrio, um Moisés moderno capaz de conduzir sua gente sofrida a um novo Brasil.

Não dá, ainda, para prever se sairá vtorioso, mas algo – muito importante – já está evidente: o capitão (do Exército) deputado federal e pré-candidato presidencial Jair Bolsonaro já passou por todo tipo de provação. Sua vida foi investigada, vasculhada, totalmente devassada, e até hoje só encontraram nele um defeito: a sinceridade, ou a incapacidade de dizer o que não sente. E talvez resida aí sua empatia com as massas. Afinal, o povo já não suporta a retórica da demagogia. O povo cansou de ouvir discursos retumbantes que, no fim, se traduzem em promessas frustrantes, porque irrealizáveis. E é nessa paisagem de descrença que Bolsonaro desponta como algo diferente e incômodo.

O capitão incomoda porque cresce apanhando. Até a Rede Globo bate, de forma oblíqua – com matérias críticas sobre o regime militar – mas não produz efeito. E o revide será letal, na campanha, quando Bolsonaro disser que os milhões de reais carreados atualmente para a mídia televisiva serão ‘desviados’ para a saúde, a segurança e a educação... com ele no poder.

Com seu jeito ‘mão pesada’, com seu verbo às vezes ferino, com sua franqueza talvez excessiva, Bolsonaro pode não ser o homem indicado para dar um jeito no Brasil cambaleante, mas cada vez mais brasileiros acreditam que sim, e isso é o que está contando.

 

SEM PREJUÍZO

Maceió briga com Rio Largo pela sede do Aeroporto Zumbi dos Palmares. A disputa é antiga e aqui vai uma sugestão: por que não dividir a receita entre os dois municípios, de forma proporcional?

 

LIBEROU GERAL

Liberado pelo presidente Temer, agora para todas as idades, o saque do PIS/PASEP vai injetar mais de R$ 39 bilhões na economia. E a popularidade de Temer diminuindo nas pesquias...

 

NÃO ESQUECENDO A MENSALIDADE SINDICAL

Fala-se muito em queda da receita dos sindicatos, após a reforma trabalhista que aboliu a obrigatoriedade do imposto sindical (um dia de serviço por ano).  Não custa lembrar, contudo, que a ‘contribuição sindical’ era cobrada apenas uma vez ao ano, enquanto a mensalidade (um por cento sobre os salários), como o próprio nome indica, entra no caixa das entidades todo mês.

 

NOTA REVOGADA

A propósito, o Ministério do Trabalho revogou a recente ‘nota técnica’ que considerava normal a cobrança do Imposto Sindical aos trabalhadores, mas após a vigência da reforma trabalhista.

 

SEGUNDAS INTENÇÕES

Os petistas não criticam Temer por enxergarem um mal governo. Sabem, claro, quer o vice está bem melhor do que o foi Dilma. Mas é preciso espicaçar Temer para preservar a ‘era petista’.

 

CHICO TENÓRIO GARANTE RETROATIVO A SERVIDOR

Graças a uma emenda do deputado Francisco Tenório, os servidores estaduais vão receber o reajuste salarial, na folha de junho, com o acréscimo do retrativo a 1º de maio (data-base do funcionalismo do Poder Executivo). O projeto de lei da revisão salarial de 2.95% já está aprovado. A retroatividade teve também a participação do deputado Bruno Toledo.

 

CONTRAMÃO LEGAL

Enquanto outros estados demitem e parcelam os salários, o governo alagoano concede reajuste salarial, paga a todo mundo em dia, nomeia concursados e ainda anuncia novos concursos.

 

NOVO CEZAR

Como disse a Coluna, a oposição continua procurando um Júlio Cezar para disputar a eleição com Renan Filho. O nome da vez é o do vice-prefeito Marcelo Palmeira, enteado de Biu de Lira.

 

CHEFE DE ESTADO, PAPA NÃO VISITA PRESO COMUM

O papa não enviaria emissário para visitar Lula ou qualquer preso comum. A visita de João Paulo 2 ao turco Ali Agca, que tentou matá-lo, foi um caso pessoal. O episódio recente, de um (negado) enviado papal para entregar um terço a Lula, foi uma tremenda roubada. O Vaticano negou tudo, péssimo para o PT. Só para lembrar: o papa é o líder religioso, mas também chefe de estado.

 

SEM GUERRA

O mundo viveu dias de tensão e angústia, ante a ameaça de uma guerra nuclear. Um ataque dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte, devastador ou não, faria eclodir um conflito mundial.

 

NOBEL DA PAZ

China e Rússia reagiriam contra os EUA. Mas Donald Trump foi até Kim-Jong-um e resolveu a parada. Lembrando que, por muito menos, outras figuras ganharam o Prêmio Nobel da Paz.

 

Primeira Edição © 2011