Em Alagoas, oposição sabe que não tem cacife para vencer sucessão

07/05/2018 18:42

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Romero Vieira Belo

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As forças de oposição que estão aí, dispersas e fragmentárias, perderiam a corrida sucessória com Rui Palmeira candidato e perderá, com mais facilidade ainda, sem o prefeito no páreo.

Evidente que Rui não era, nunca foi, o líder maior do bloco oposicionista. Essa era e continua sendo uma ‘condição privativa’ do ex-governador e ex-senador Teotonio Vilela Filho.

Agora, não será jamais uma eleição de candidato único ao governo. Não se trata de cultura ou de determinismo histórico. Isso é pura falácia. A questão é que estão em jogo mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador, além da presidência da República. No plano local, é claro que os concorrentes da oposição precisarão de um ‘comandante’ à frente da batalha sucessória, sem o que a dispersão seria irremediável.

Mas os adversários do atual governo sabem que, em matéria de sucessão, a possibilidade de concorrer com sucesso é remotíssima. Nenhum governo é perfeito, nenhum governador atende a tudo e a todos – é uma realidade histórica inescapável –mas a própria oposição reconhece que nunca um governante alagoano chegou tão perto disso quanto Renan Filho.

Não foi por outra razão que Rui Palmeira, com dois anos e nove meses de mandato pela frente, saiu de fininho do embate sucessório, com uma satisfação que ele poderia muito bem ter evitado tornar pública - a de que desistiu depois de ouvir os familiares e as lideranças aliadas. A família, sim, mas qual correligionário ele citaria que foi contra sua candidatura?

Rui, como se diz no popular, tirou o dele da linha de fogo porque avaliou que estaria caminhando rumo a um ‘suicídio político’. Perderia a Prefeitura, a disputa pelo governo, e ficaria a ver navios. Sem mandato, sem cargo público, sem nada.

Por isso é correta a avaliação de que só entra nessa parada contra Renan Filho quem não tem objetivo eleitoral, isto é, mandato em perspectiva, a perder. O resto é conversa remoída, sem futuro.

 

Primeira Edição © 2011