Antônio Carlos “Cara de Sapato” Júnior tem pela frente um passo decisivo em sua trajetória no Ultimate. No dia 4 de agosto, em Los Angeles, ele enfrenta Derek Brunson no UFC 227, num duelo que pode o levar ao top 10 do peso-médio (até 84kg). Vindo numa série de cinco vitórias seguidas na divisão – atualmente atrás apenas do campeão Robert Whittaker, que soma seis -, o lutador paraibano vê brechas no jogo do americano e aponta o que entende ser uma falta de confiança do próximo rival.

- Ele é um excelente lutador, um cara duríssimo, mas consigo ver umas brechas no jogo dele. É um cara bastante explosivo, mas no decorrer dos rounds vai caindo de produção. Ele só usa a explosão, tem esse primeiro round muito forte e depois vai caindo. E é um cara que se expõe muito também, toda vez que ele explode vai com o queixo muito alto, então quero usar todas essas brechas para impor meu jogo e sair com a vitória. Mas tudo é o trabalho que a gente faz antes. No MMA a gente tem essa vantagem de trabalhar especificamente para cada lutador, uma coisa que no jiu-jítsu a gente não tinha. Fazíamos dez lutas num dia contra dez caras diferentes - afirmou o lutador, em entrevista ao programa “Mundo da Luta”, da Rádio Globo.

Cara de Sapato vem de vitória no dia 14 de abril, quando finalizou Tim Boetsch ainda no primeiro round. A vitória primeiro o colocou em 15° lugar no ranking dos médios do UFC. Logo depois, em nova atualização, já aparece em 13°. O brasileiro contou que foi o próprio Brunson que pediu para enfrenta-lo. Cara de Sapato não vê sentido em o número 7 pedir pelo 15° da lista.

- Ele é o número 7 e pediu para lutar comigo, e quando pediu eu era o número 15, tinha acabado de entrar no ranking, foi logo após a minha última vitória. Se eu fosse o número 7, jamais pediria para lutar com o 15°, pediria para lutar o número 6, ou 5 (risos). Não sei se ele está achando que vai ser uma luta fácil, se está achando que só porque estou atrás é uma luta melhor para ele. Mas você vê que isso é um pouco de falta de confiança da parte dele, e quando a luta começar e ele ver que não era nada daquilo que estava pensando, que realmente é muito mais difícil - se é que ele acha que vai ser fácil -, ele vai se frustrar um pouco e isso é ótimo para mim. A gente sabe que MMA é um jogo mental, até muito mais que físico, e a gente tem que estar bem em todas as áreas, fisicamente e principalmente mentalmente. E a falta de confiança de ter vindo de uma derrota, e como foi... Ele foi nocauteado por um cara de jiu-jítsu duas vezes (Jacaré) e com certeza está um pouco abalado. Vou tomar vantagem disso aí.