Rubens Barbosa analisa postura de Trump em Um Olhar

30/04/2018 16:49

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Agência Brasil

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Ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos e no Reino Unido, o diplomata Rubens Barbosa, que atualmente preside o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, conversa com o jornalista Moisés Rabinovici no programa Um Olhar sobre o Mundo desta segunda-feira (30).

Na conversa, o telespectador será levado à observação de vários pontos do planeta, com a análise sobre a movimentação dos mais importantes líderes mundiais e a atual situação dos Estados Unidos, da Rússia, Alemanha, França, China, Síria, do Irã, da Coreia do Norte, de Cuba, Israel, Venezuela e Iraque.

Ao abordar os recentes pronunciamentos e manobras de Donald Trump, o diplomata, que é mestre em política internacional pela London School of Economics and Political Science, disse que o presidente norte-americano tem como principal marca a imprevisibilidade e habitualmente volta atrás em suas declarações e ações. "Nós estamos vendo várias coisas que ele começa radical e depois muda".

Com isso, segundo Rubens Barbosa, Trump tem gerado insegurança e incerteza nas relações internacionais econômicas e políticas. "O que ele está fazendo das relações de troca, com medidas restritivas em relação ao aço, ao alumínio, políticas restritivas em relação à China, à Europa, desafiando a Organização Mundial do Comércio, tudo isso, na minha visão, a gente não deve tomar como uma coisa definitiva, porque ele já está voltando atrás", afirmou. Como exemplo, o diplomata citou os comentários agressivos de Trump contra o líder da Coreia do Norte Kim Jong-un nos últimos meses. Logo depois, o presidente americano fez declarações que abrem a perspectiva de um encontro entre os dois.  

Na entrevista para Rabinovici, Rubens Barbosa comentou também a situação do Oriente Médio, onde no último dia 13 os Estados Unidos, ao lado da França e do Reino Unido, bombardearam a Síria em retaliação a um suposto ataque com gás químico das forças sírias contra rebeldes. Ele afirmou que há uma instabilidade crescente no Oriente Médio."Esse último incidente dos EUA atacando a Síria mostra como a situação internacional está totalmente desequilibrada, sem orientação. Quer dizer, o ataque americano foi feito sem nenhuma investigação e sem nenhuma prova concreta. Eu estava lá em 2012, inventaram que havia armas químicas no Iraque e deu no que deu", lembra. 

 "A solução da Síria não é militar, mas uma negociação política", acrescentou.

Primeira Edição © 2011