ONU tem obrigação de ajudar Venezuela em pleitos

14/03/2018 07:51

A- A+

EFE

compartilhar:

O candidato oposicionista à presidência da Venezuela, Henri Falcón, afirmou nessa terça-feira (13) que a Organização das Nações Unidas (ONU) "tem a obrigação" de ajudar o país nas eleições de 20 de maio, para que haja uma solução política à crise. A informação é da Agência EFE.

Junto com representantes do governo e de outros grupos que participarão das eleições, Falcón se reuniu com representantes da ONU e insistiu para que a organização observe esses pleitos.

Após o encontro, ele assegurou que as Nações Unidas vão avaliar o envio de uma comissão à Venezuela para analisar a situação relacionada às eleições presidenciais, nas quais Nicolás Maduro tentará a reeleição.

Segundo Falcón, as discussões com a organização ficaram abertas e hoje podem ocorrer novos encontros.

O ex-chavista reafirmou que, diante da realidade atual do país, a ONU "tem a obrigação de auxiliar à Venezuela, de acompanhar o país e buscar soluções com os venezuelanos para que não tenham que transitar caminhos de violência que ninguém quer".

Da mesma forma que o candidato opositor, o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, afirmou que a organização se comprometeu "a avaliar o envio de uma missão à Venezuela para entender o que está acontecendo e  ver qual será o seu papel nas eleições.

Até agora, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, tinha dito que não pode decidir sobre uma missão de observação eleitoral, o que cabe ao Conselho de Segurança ou à Assembleia Geral.

De acordo com Moncada, os regulamentos e diretrizes da ONU oferecem certas fórmulas que permitem a Guterres tomar decisões nesse âmbito, sem a necessidade de comparecer a esses órgãos. Para ele,  o que houve foi um problema "semântico".

"Há possibilidade, dentro dos próprios regulamentos estabelecidos nas Nações Unidas, para que ocorra uma participação da organização no evento eleitoral venezuelano sem a necessidade desse tipo de observação clássica", disse.

Moncada participou, junto com Falcón, de uma reunião com o responsável por Assuntos Políticos das Nações Unidas, Jeffrey Feltman, e outros representantes da organização.

Inicialmente, a ONU tinha informado que Feltman receberia uma delegação na qual estavam a presidente da governista Assembleia Nacional Constituinte (ANC), Delcy Rodríguez, e o ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, que, no entanto, não participaram da reunião.

Em entrevista, Falcón ressaltou a importância de que a ONU, dado o seu caráter de "fiador da paz", respalde as eleições para "ter um resultado que possa ser reconhecido por todo o país e todo o mundo".

Para o candidato, a maioria dos venezuelanos quer "sair deste pesadelo de governo", mas não quer que isso ocorra nem com violência nem por uma imposição estrangeira.

"Os venezuelanos querem que Maduro se vá, mas que vá pela via democrática. Queremos derrotá-lo pelos votos, não pelas balas", acrescentou.

Primeira Edição © 2011