Ex-espião supostamente envenenado, Rússia diz não saber nada

06/03/2018 07:52

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EFE

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A Rússia classificou hoje (6) de "trágico" o incidente no qual o ex-espião russo Sergei Skripal foi hospitalizado na Inglaterra por suposto envenenamento, mas disse não saber nada sobre o caso.

"Nós vemos que aconteceu algo trágico, mas não temos informações sobre qual pode ser a causa, com o que essa pessoa estava envolvida ou com o que isso pode estar relacionado", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

"Infelizmente, não posso dizer nada sobre isso, pois não temos informação alguma, vocês sabem muito bem como (Skripal) chegou ao Ocidente, em consequência de ações e decisões, que não vou repetir", afirmou o porta-voz, referindo-se que o agente russo também atuou para o Reino Unido, por isso foi condenado por traição.

Ele acrescentou que Moscou está disposto a cooperar em uma investigação. "Sempre estamos abertos para cooperar", respondeu Peskov sobre se a Rússia planeja participar da investigação do incidente.

Por sua vez, Andrey Lugovoy, outro ex-espião e atual deputado russo acusado por Londres do envenenamento de seu colega Alexander Litvinenko, em 2006, classificou de "boletim de propaganda" a informação sobre o envenenamento de Skripal.

O ex-colega de Litvinenko, que morreu após tomar um chá em um hotel londrino com Lugovoy e outro ex-agente russo, Dmitry Kovtun, afirmou que Skripal "não representava nenhuma ameaça para a Rússia".

Skripal, de 66 anos, e uma mulher de aproximadamente 30 anos, foram encontrados inconscientes, no último domingo, em um shopping da cidade de Salisbury, no sudoeste da Inglaterra. Os dois supostamente entraram em contato com uma substância desconhecida, de acordo a polícia local.

O ex-espião duplo está agora internado em "estado crítico", segundo a última informação da polícia britânica. Ex-coronel na inteligência militar russa, Skripal foi condenado na Rússia a 13 anos de prisão em 2006 por passar segredos de estado ao Reino Unido.

Em 2010, Skripal foi um dos quatro condenados perdoados e transferidos para o Reino Unido, no que foi considerado a maior troca de espiões desde a Guerra Fria.

Primeira Edição © 2011