Na sexta, EUA ficarão sem encarregado para a Coreia do Norte e sem embaixador em Seul

28/02/2018 07:53

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EFE

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Os Estados Unidos (EUA) ficarão, a partir da próxima sexta-feira (2), sem o seu encarregado máximo para a Coreia do Norte, com a saída do veterano Joseph Yun. O país continuará sem embaixador na Coreia do Sul, após a indicação frustrada de Victor Cha.

Yun, de 63 anos e com 34 de carreira na diplomacia americana, deixou o cargo por "decisão pessoal", explicou nessa terça-feira a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

Ela afirmou que são incorretas informações, como as do Washington Post, de que o caso é uma prova a mais do mal-estar generalizado entre os diplomatas pela sua perda de poder com a chegada do presidente Donald Trump à Casa Branca.

A porta-voz também negou que a saída de Yun coloque em perigo a gestão da crise com a Coreia do Norte e, embora tenha evitado confirmar se o diplomata será substituído, ressaltou que há outros especialistas na matéria que podem fazer o seu trabalho por enquanto.

"O Departamento de Estado tem 75 mil pessoas que trabalham pelo mundo. Insinuar que o embaixador Yun é o único capaz de conduzir a questão da Coreia do Norte seria simplesmente errado. Temos um banco profundo de pessoas com muita experiência", afirmou Nauert.

Entre elas, a porta-voz citou a subsecretária adjunta interina Susan Thornton, nomeada agora para ser a subsecretária para a Ásia-Pacífico.

Yun foi o enviado especial para a Coreia do Norte que, em junho do ano passado, conseguiu a libertação do estudante americano Otto Warmbier, que passou 17 meses detido no país asiático, estava em coma e morreu pouco depois de retornar aos EUA.

A saída do diplomata deixa Washington sem uma peça fundamental na política para a Coreia do Norte, quando os EUA permanecem sem embaixador nem candidato nomeado para a Coreia do Sul.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang foi notória a falta de embaixador americano, depois que Trump decidiu não nomear Victor Cha porque ele tornou pública sua rejeição a um ataque preventivo contra as instalações nucleares da Coreia do Norte.

A participação norte-coreana no evento esportivo proporcionou a maior aproximação em anos entre os países vizinhos, tecnicamente ainda em guerra.

Seul está convencida de que esse degelo pode servir para que Washington e Pyongyang se sentem para dialogar, pela primeira vez em mais de uma década.

Trump afirmou segunda-feira (26) que está disposto ao diálogo com Pyongyang unicamente se ele ocorrer "sob as condições adequadas", depois de o regime norte-coreano afirmar que deixa as "portas abertas" para uma conversa.

As conversações para a desnuclearização da península norte-coreana (das quais participam duas Coreias, os EUA, China, a Rússia e o Japão) permanecem estagnadas há mais de uma década e representam, até o momento, o último contato substancial entre Pyongyang e Washington em função do programa nuclear norte-coreano.

Primeira Edição © 2011