Alfredo Gaspar deve compor a chapa para governador

16/02/2018 14:03

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Romero Vieira Belo

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Com largada bem articulada, destino do procurador seria o governo em 2022

 

Romero Vieira Belo

Editor-Geral

 

Que futuro aguarda Alfredo Gaspar de Mendonça, chefe do Ministério Público Estadual (MPE) e um dos nomes mais pronunciados nesse início de preparativos com vistas ao processo eleitoral de outubro próximo?

Vai depender do próprio, de suas relações com o ambiente politico e com a sociedade, que hoje aprova o governo de Renan Filho e já se familiarizou com a ideia de ver o procurador-geral de Justiça atuando no complexo ambiente da atividade política.

Vai depender, igualmente, da avaliação que terá de exercitar para precisar de que forma poderá fazer mais pelo Estado, se prosseguindo à frente do Ministério Público ou se enveredando pelo caminho da ação parlamentar ou pelo exercício de um cargo executivo, que lhe permita fazer mais e atender mais ao povo.

Por enquanto, não falta quem dê palpite, não faltam especulações, não faltam sequer notas e comentários ardilosos, e até mesmo a ação insidiosa dos que investem na intriga apostando em desavenças, com alguns agentes da mídia agindo como se estivessem diante de um homem ingênuo, um mero iniciante na vida pública.

Uma coisa (correta) é incentivar o procurador a ingressar no campo político e buscar, de forma equilibrada e coerente, uma posição que lhe permita trabalhar mais por Alagoas. Outra (errada) é induzi-lo a disputar um mandato que não lhe facilitará  a missão de fazer mais pelo Estado, mas que, seguindo essa receita, poderia prejudicar determinado postulante político.

 

O homem certo, no conceito geral

 

O que parece consensual, indicado pela convergência de opiniões, é que Alfredo Gaspar está pronto para contribuir com o esforço de renovação do cenário político alagoano, restando saber qual o caminho mais adequado para sua largada.

A passagem pela Secretaria de Defesa Social (hoje Segurança Pública) deu-lhe a oportunidade de conviver numa área crítica da gestão estadual e de buscar (e encontrar) soluções para problemas de dificílima solução, como a conciliação das forças policiais de Alagoas, a integração perfeita das Polícias Militar e Civil, a montagem de um atuante núcleo de inteligência no sistema de segurança, do que resultou uma gestão eficiente, um marco na história de segurança pública do Estado.

Somando-se o desempenho do gestor inserido no corpo administrativo estadual à experiência do procurador de Justiça alçado à chefia do Ministério Público Estadual, tem-se o homem pronto, preparado para cargos públicos mais desafiantes.

 

CALENDÁRIO

Se decidir se candidatar neste ano, Alfredo Gaspar terá de encerrar sua carreira de procurador de Justiça. Segundo a legislação, procuradores que ingressaram no Ministério Público a partir da promulgação da Constituição de 1988 só podem seguir carreira política se optarem pelo desligamento definitivo de suas funções até seis meses anos da eleição. Ou seja, se pedirem exoneração ou aposentadoria, o que precisa ser feito até o dia 7 de abril vindouro.

Quase dispensável assinalar que a  aprovação da fórmula ora analisada passa pela decisão do governador Renan Filho, junto com o senador Renan Calheiros e lideranças do MDB.

 

O lugar certo, na visão consensual

 

E qual seria o lugar ideal para inserir Alfredo Gaspar no contexto da política partidária? Primeiro, uma questão nuclear: onde se pode fazer mais – numa casa legislativa, onde se fala mais do que se produz – ou no exercício de um cargo de governador?

Claro que, no governo, o poder de realização é muito maior. O legislador, aliás, não faz, não realiza; ele produz leis, como atividade básica, e atua ‘junto ao Poder Executivo’ para materializar ideias, propostas e projetos.

Então, se essa é a lógica, se esse é o conceito da razoabilidade, o cargo certo para Alfredo Gaspar seria o de governador de Alagoas, ainda que não de imediato, até porque só lhe faria bem passar os próximos anos convivendo dentro do poder, antes de assumi-lo plenamente, lidando com a classe política e se aprofundando nos problemas do Estado e na forma mais apropriada para solucioná-los.

Oportuno, portanto, concluir que o procurador-geral de Justiça poderia se compor com o governador Renan Filho para disputar o cargo de vice-governador, na expectativa mais do que promissora de vir a concorrer ao governo alagoano nas eleições gerais de 2022.

O esforço que envidou, de modo competente e operoso, quando de sua passagem pela Segurança Pública, seria reeditado, agora numa dimensão maior, na condição de vice-governador, imediato de Renan Filho, de substituto eventual do chefe do Executivo, onde sua experiência se adensaria na preparação para o exercício do cargo maior daqui a quatro anos e dez meses.

Fora desse enredo, as variantes – que os especuladores alinhados a grupos estão explorando – representam apenas uma tentativa de situá-lo numa posição incômoda, de estimulá-lo ao enfrentamento com um projeto de governo que está dando certo e que já transformou Alagoas num estado mais próspero e organizado.

Primeira Edição © 2011