Especialista esclarece sobre os riscos e os cuidados preventivos na Síndrome Metabólica (SM)

Entrevista com Dr.Luiz Guilherme Finotti Camargo de Almeida, é especialista em Síndrome Metabólica (SM), doença muito comentada a partir dos anos de 1980

01/02/2018 12:09

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Gigi Accioly

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Com um conceito inovador para cuidar da saúde de seus pacientes, o renomado médico nefrologista e clínico geral, que atende no Hospital Vida, *Luiz Guilherme Finotti Camargo de Almeida, é especialista em Síndrome Metabólica (SM), doença muito comentada a partir dos anos de 1980. A SM é um conjunto de doenças que atinge uma em cada quatro ou cinco pessoas e multiplica os riscos do infarto. A SM é uma doença que preocupa a classe médica muito mais que a obesidade. Nesta entrevista, o médico fala sobre os fatores de risco, prevenção e o tratamento dessa enfermidade.

O que é síndrome metabólica (SM)?

É um conjunto de sintomas e sinais comuns à população moderna que aumentam em até duas vezes o risco de morte, no que se refere à população geral e, mais preocupante, o risco de mortalidade cardiovascular aumenta em até três vezes!

Quando ocorre a SM e quais os fatores de risco?

Por se tratar de uma doença multifatorial não está estabelecido um ponto de partida para ocorrência, porém, estudos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia apontam para a resistência à insulina como fator mais relevante.

Quais os sintomas da síndrome?

É silenciosa, e aí está seu grande perigo. Mas podemos suspeitar, e antecipar observando alguns pontos: pressão alta, diabetes ou história de diabetes na família, aumento de peso, principalmente na região abdominal. Mulheres com cintura abdominal maior que 88 cm, e homens com cintura maior que 102 cm estão entre os fatores de risco.

Como é feito o diagnóstico da síndrome?

É preciso consultar um médico, que ouvirá o histórico do paciente e realizará um bom exame físico, além de solicitar exames direcionados para uma investigação.

Serão avaliados os níveis de glicose, colesterol e triglicérides, além da monitorização da pressão arterial e da medida da cintura abdominal.

Quem tem probabilidade de desenvolver a doença?

No Brasil, devido a nossa linda mestiçagem, é difícil definir riscos por etnia como se faz em países com população menos mestiça, então, concentramos atenção nos indivíduos sedentários, com sobrepeso ou obesidade, e nos hipertensos, com história de alteração na glicose do sangue.

Qual o tratamento indicado para a SM?

O primeiro e mais importante é a conscientização. O indivíduo deve entender os riscos e aceitar uma mudança de estilo de vida. Essa atitude deve ser livre e não arbitrária, para se conseguir o sucesso. Uma vez consciente, o indivíduo deve iniciar atividades físicas, de preferência com monitorização de um educador físico, pelo menos por 30 minutos por dia e três vezes por semana, evoluindo para todos os dias. A mudança dietética com orientação de nutricionista é ponto marcante do tratamento e a dieta mais usada neste caso é a dieta DASH - Dietary Approaches to Stop Hypertension -- abordagem dietética para impedir a hipertensão – que, além de reduções nos níveis de pressão arterial, também ajuda na prevenção de pedras nos rins.

A Síndrome Metabólica pode prejudicar a função dos rins?

Esse é um importante ponto. Os rins fazem papel de vítimas e vilões, nesse drama e a pressão arterial pode estar desregulada por uma falha na função renal e, assim, em níveis acima de 120 x 80 mmHg, causa lesão no próprio tecido renal. A elevação do açúcar no sangue prejudica diretamente os rins, sendo o diabetes a principal causa de doença renal com necessidade de hemodiálise crônica.

Como pode ser tratada a síndrome em pacientes com Doença Renal Crônica?

Essa população deve ter acompanhamento de Médico Nefrologista e controle rigoroso da pressão arterial e do açúcar, no sangue, e a atividade física nesta população também é muito benéfica.

Para finalizar, que conselhos o senhor dá para as pessoas que desejam se prevenir e cuidar da saúde para não desenvolver a SM?

Que vivam! (Risos) Que aproveitem a vida ao ar livre e em harmonia com a natureza! Isso inclui a dieta DASH e a atividade física. A consulta preventiva e o acompanhamento médico também devem ser incluídos.

*Dr. Guilherme Finotti Almeida (CRM/AL 6134 | RQE 3731)

É formado em Presidente Prudente/SP, em 2001, com especialização em Nefrologia pela Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo/SP, e título de especialista pela SBN/AMB.

Serviço:

Hospital Vida
R. Dep. Elizeu Teixeira, 488 – Ponta Verde, Maceió/AL.
Informações e marcação de consultas: (82) 3214.9700

www.hospitalvida.com

Por Gigi Accioly (MTB 1468/AL)

 

 

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