O que salvou Alagoas do caos econômico

08/01/2018 18:05

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Romero Vieira Belo

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Nos últimos 20 anos, Alagoas experimentou dois momentos raros de estabilização econômica: em 1998, depois da grave crise enfrentada pelo terceiro governo de Suruagy, e a partir de 2015, com a política de contenção do governador Renan Filho.

Mas são momentos absolutamente distintos. No final do governo Suruagy, vencida a turbulência que começou antes, com epicentro na gestão de Gerado Bulhões, o Estado reentrou nos trilhos por imposição do governo central. Não houve intervenção política, mas Brasília decidiu só liberar socorro financeiro condicionado a um ajuste fiscal extremamente rigoroso.

Os poderes, que até então gastavam o que queriam e mandavam a conta para o Executivo, passaram a sobreviver com duodécimos, como manda a Constituição. Para se ter uma ideia: a despesa mensal da Assembleia Legislativa era de sete milhões e oitocentos mil reais. Caiu para quatro milhões e duzentos mil reais.

A estabilidade, porém, durou até 2011, quando se iniciaram os desmandos do governo Dilma. Em resumo: a política errática da sucessora de Lula desmantelou a arrecadação federal, afetando drasticamente os repasses aos estados e municípios. E a renúncia fiscal deliberada – o preço de sua reeleição – armou a bomba que explodiria nas mãos dos governadores eleitos em 2014.

Renan Filho, apesar de muito jovem, teve visão e pressentiu a hecatombe financeira que os outros julgaram desnecessário fazer: cortou gastos, fechou secretarias, desativou órgãos. E, com ingente esforço, somado à eficiência de George Santoro, secretário da Fazenda, passou a otimizar a arrecadação estadual.

Foi a combinação perfeita: menos gastos e mais receita. O resultado não poderia ser outro: nunca o governo alagoano investiu tanto em segurança, saúde, educação, sistema viário, abastecimento de água e em ações sociais, como a urbanização das grotas de Maceió. Graças a essa política previdente, racional e dinâmica, Alagoas vem atravessando a crise sem sofrer os efeitos dramáticos que assolam diversos unidades federadas.

Primeira Edição © 2011