UFF revalida diploma de engenheiro sírio refugiado no Brasil

07/12/2017 18:32

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Agência Brasil

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A Universidade Federal Fluminense (UFF) revalidou o diploma do refugiado sírio Anas Abdulrjab, formado em engenharia de telecomunicações pela Universidade de Trípoli, na Líbia. A revalidação ocorre na semana da comemoração dos 69 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), no próximo domingo (10).

Nascido na Síria em 1984, Abdulrjab chegou ao Rio de Janeiro em 2015 e entrou com pedido de revalidação de seu diploma em agosto do ano passado. O vice-reitor da UFF, Antonio Claudio da Nóbrega, disse que a legalização do documento decorre de uma política integrada da universidade para atender a refugiados.

“Construímos uma política integrada em toda a universidade, em que todos os setores têm a missão de dar um olhar à luz não só dos regramentos internacionais, mas também da nossa própria missão de acolher, desde que o requerente cumpra alguns pré-requisitos. Não é um favor, é um processo de revalidação com base no mérito e no direito, mas também na solidariedade”, disse à Agência Brasil.

Estudos complementares

Segundo Nóbrega, a Escola de Engenharia da UFF teve papel fundamental no processo de revalidação. Na instituição, Abdulrjab cursou três disciplinas complementares, “interagiu muito bem e foi aprovado”, segundo o vice-reitor. O refugiado também teve acompanhamento de um professor que o ajudou voluntariamente na adaptação à língua e à cultura.

De acordo com o vice-reitor da UFF, a universidade tem atualmente em análise pedidos de revalidação de diplomas de refugiados em pós-graduação, mestrado e doutorado. Segundo ele, muitas vezes o processo é dificultado porque os refugiados, em sua maioria, chegam ao Brasil sem documentos pessoais e muito menos documentos comprobatórios de formação acadêmica.

Novas oportunidades

Com a revalidação de seu diploma, Abulrjab pode procurar empregos em sua área de atuação. "Ele se torna agora um engenheiro com habilitação profissional em todo o território nacional, igual a qualquer outra pessoa, o que é bom não só para ele, mas para nós, porque é um profissional altamente qualificado. Uma pessoa capaz que se provou competente inclusive nas exigências complementares que fizemos”, destacou o vice-reitor da UFF.

O engenheiro sírio, que atualmente trabalha na produção e venda de comida árabe em feiras e eventos, disse estar contente com as novas possibilidades de trabalho e pensa em fazer um mestrado no Brasil. “Fui bem acolhido na UFF, que simplificou o processo para eu revalidar o meu diploma. Só tenho a agradecer essa oportunidade”, afirmou.

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