O dilema crucial dos eternos indefinidos

20/11/2017 11:26

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Romero Vieira Belo

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Por tantos lances originais e sucessivos de indecisão, o PSDB ganhou o estigma de partido que vive em cima do muro. Nos episódios das denúncias do procurador Rodrigo Janot contra Michel Temer, os tucanos se dividiram e, como tais, assumiram mais uma vez uma postura de flagrante indecisão.

Agora, um artigo assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique enseja críticas e abre nova polêmica, ao defender a imediata saída dos tucanos da base do governo de Temer. Certo ou errado?

Com Aécio Neves (até então considerado um ‘bom rapaz’) derrotado na sucessão presidencial, o PSDB entrou no Tribunal Superior Eleitoral com uma ação pedindo a impugnação de Dilma Rousseff e de seu vice Michel Temer. Alegação? Abuso de poder, caixa dois, corrupção eleitoral, o diabo. Antes do processo ser julgado, porém, veio o impeachment e Dilma caiu, sozinha. Michel Temer, então, assumiu a presidência.

Temer tomou conta do governo e o PSDB, que não é bobo, tomou conta de ministérios e de muitos cargos. Aí, sobreveio o inesperado: Aécio Neves denunciado, ameaçado de prisão, afastado do mandato. Ora, raposa experiente, FHC pressentiu o tombo fatal e exibiu a fórmula para salvar a passarada: Aécio fora do comando partidário e todo mundo fora do governo Temer.

Com isso, imagina o  criativo FHC, o PSDB se livra de duas chagas: Temer, com quase zero de aprovação popular, e Aécio Neves, a vergonha da nação tucana. Esquece, contudo, Fernando Henrique, que ele próprio foi acusado de comprar a reeleição em 1998. Também esquece o mensalinho mineiro, precursor do mensalão petista.

Eis o motivo do descrédito geral. O PSDB ajudou a derrubar Dilma, sabendo que Temer assumiria. Agora, que Temer só faz despencar nas pesquisas, quer distância do presidente.

E quem será que Fernando Henrique acha que deve ser o próximo presidente: José Serra? Geraldo Alckmin? Ambos já derrotados por Lula? Ou ele próprio, em nome da ressurreição?...

 

PARADA FEDERAL

A disputa das duas vagas de senador já tem três nomes definidos: Renan Calheiros, Benedito de Lira e Teotonio Vilela. Marx Beltrão promete participar, mas ainda não bateu o martelo.

 

DE CAMAROTE

O grande sortudo chama-se Collor de Mello. Ele vai assistir de camarote o embate senatorial do ano vindouro. E não terá muita concorrência quando disputar a reeleição daqui a cinco anos.

 

VEM AÍ O GRANDE CALDEIRÃO DO HUCK

A crise da classe política está conduzindo o Brasil ao abismo das incertezas. Primeiro, surgiu Jair Bolsonaro, com um discurso ultra radical de direita, empunhando a bandeira do militarismo. Agora, surge Luciano Huck vendendo a ideia de que pode transformar o Brasil num imenso ‘caldeirão do Huck’. A sucessão presidencial começa a ganhar ingredientes de grande comédia nacional.

 

BOA DISPUTA

O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa prepara-se para disputar a presidência do PSB. Seu adversário? Isto mesmo. O alagoano Aldo Rebelo, que largou o PC do B e aderiu ao socialismo.

 

POUCA GENTE

O Tribunal de Justiça alagoano pesquisou: cada juiz de Direito de Sergipe conta com cinco assessores. Aqui, é apenas um. O que explica a baixa produtividade dos magistrados alagoanos.

 

 

SAMIR MALTA QUER REPRESENTAR SERTÃO NA ale

Com uma atuação cada vez mais elogiada na Câmara de Maceió, o vereador Samir Malta, do PSDC, está preparado para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa em 2018. Seu objetivo: defender projetos para o interior alagoano, priorizando municípios sertanejos como Mata Grande, Canapi e Inhapi, que se ressentem da ausência de representante no Poder Legislativo Estadual.

 

NOTA ZERO

O vereador Silvanio Barbosa está querendo saber o que a população acha das catracas nos ônibus de Maceió. Sem erro: de cada 10 usuários, 10 condenam o controle dos coletivos.

 

COLLOR NA DELE

Não adianta especular: Fernando Collor não será candidato a governador no próximo ano. Aliás, seu projeto político já está traçado: disputará novo mandato de senador em 2022.

 

REFORMA DA PREVIDÊNCIA AMEAÇADA

Mesmo com o projeto original totalmente desidratado, a PEC da Previdência corre sério risco de não ser aprovada. Muito simples: a base do governo está desorganizada, o desembarque do PSDB complica ainda mais o cenário. Temer vai pagar pra ver, mas dificilmente conseguirá 308 votos na Câmara, em duas votações, para aprovar matéria intolerante para 90% dos brasileiros.

 

COMPETÊNCIA

O pernambucano Mendonça Filho é uma exceção na equipe de Temer. Sob seu comando, o Ministério da Educação moderniza o ensino e estimula a inclusão escolar como jamais antes.

 

HERÓI NACIONAL

A seu modo, Zumbi dos Palmares foi herói nacional lutando contra a escravidão e pela independência. Seria justo, pois, que tivesse sempre o mesmo tratamento dispensado a Tiradentes.

 

LUCRO DA PETROBRAS E ALTA DE COMBUSTÍVEIS

E a Petrobras realizou lucro de R$ 266 milhões no 3º trimestre do ano. Mas, de onde veio a grana? Afinal, é muita coincidência que a estatal tenha faturado mais precisamente no período em que mais reajustou os preços da gasolina, do diesel e do GLP.

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