Lula - seu crédito e seu débito com Alagoas

12/11/2017 08:35

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Romero Vieira Belo

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Pernambucano de Garanhuns (nascido no então Distrito de Caetés), Lula chegou à presidência da República, em janeiro de 2003, com um compromisso pessoal: fazer algo mais pelo Nordeste, afinal, o berço de suas origens familiares.

E fez. Mais por Pernambuco, os motivos são óbvios, mas também por Alagoas e pelos estados beneficiados com a transposição do São Francisco, obra gigantesca, chamada de faraônica, mas com paternidade disputada. Dilma, ontem, e depois Temer, deram ao projeto um tratamento especial, como se fossem os autores.

Por sua relevância e alcance social, é sempre oportuno lembrar que a transposição do Rio da Unidade Nacional beneficia os estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Lula também olhou por Alagoas, dedicou ao nosso estado uma atenção especial, até porque sempre foi distinguido pelos alagoanos nas maiores disputas eleitorais que empreendeu. Até hoje, em todas as pesquisas de intenção de voto para presidente em 2018, ele desponta soberano e imbatível por essas bandas.

Por Alagoas, no entanto, Lula fez algo excepcional ao mandar construir um extraordinário conjunto de unidades do Instituto Federal, tanto em Maceió como nas principais cidades do interior. Nesse particular, a ação educativa de Luiz Inácio obscurece a meia dúzia de Caics construídos por Collor quando presidente.

Mas há algo é destacar: a conexão de Lula com Alagoas se deveu, muitíssimo, a sua amizade com o senador Renan Calheiros. Poucos ainda se lembram, mas quando o mensalão ameaçou derrubar o maior líder petista, Renan o socorreu, usando toda sua influência e prestígio no Congresso Nacional, ao defender a governabilidade como um projeto nacional acima das paixões e dos embates políticos, ideológicos e partidários.

Lula sabe disso e faz questão de ser leal ao senador alagoano manifestando sua gratidão sempre que julga necessário. Atitude, aliás, que começa a ser assumida também pelos seus companheiros do PT.

 

 

VOTO INÚTIL

O voto nulo não deve ser visto como uma ‘afronta’ à democracia, mas como uma atitude inútil. Quando certo eleitor anula o voto, ele simplesmente deixa que ‘os outros’ decidam em seu lugar.

 

O QUE RESOLVE

Também não adianta esperar que a lei exclua os ‘maus políticos’. Quando isso acontecer, emergirão os filhos, pais, tios e assim por diante. Somente ‘votando certo’, o eleitor resolve essa equação.

 

GLOBO PERANTE O ‘TRIBUNAL POPULAR’

Patrulhada o tempo todo, a TV Globo nunca mais terá sossego. Eventuais (e inevitáveis) deslizes de seus astros ocasionarão, sempre, reações em cadeia, nas redes sociais, com cobrança de punições. Foi assim com o ator José Mayer e agora com o jornalista William Waack. A pergunta é: quem será o próximo?

 

BASE DE TEMER

Temer se salvou das denúncias de Rodrigo Janot, menos pela solidez de sua base no Congresso Nacional, e muito mais pelo descrédito que atingiu o então procurador-geral da República.

 

BASE DE TEMER 2

Na segunda denúncia, a base ficou menor e, desde então, o presidente se deu conta de que, se diminuiu o apoio pessoal, mais frágil estará o bloco na hora de votar a reforma da Previdência.

 

GENTE NOVA NA DISPUTA ELEITORAL DE 2018

A decantada candidatura de Tereza Collor a deputada federal é para valer? Se confirmada, a eleição de 2018 protagonizará um duelo eleitoral que chamará a atenção do Brasil: Tereza (ex-mulher do falecido Pedro Collor), de um lado, e Arnon de Mello Neto, filho de Fernando Collor (irmão de Pedro), que também deverá disputar uma cadeira na Câmara Federal.

 

CIÚME INCONTIDO

É grande a ciumeira provocada pela dupla Renan Calheiros e Teotonio Vilela. Daqui a pouco, até o eleitor será questionado por declarar voto aos dois velhos aliados de muitas lutas eleitorais.

 

FAZER O QUÊ?

Para conter ‘alguns’ exaltados, Téo Vilela até abriu mão da presidência do PSDB em favor de Rui Palmeira, que chamou de ‘meu candidato a governador’. Mas ‘alguns’ não acreditam...

 

 

FIÉIS QUEREM PUNIÇÃO PARA OS TRÂNSFUGAS

Iludiu-se que supôs que escapariam ilesos de punição os deputados que, com vergonha ou medo dos eleitores, votaram contra Temer na segunda denúncia de Janot. Não que o governo tenha interesse em punir ninguém, precisando como está de voto para a reforma da Previdência. Mas, e com a rebelião daqueles que foram fiéis, a exemplo de Artur Lira e seus colegas do PP?

 

UMA LÁSTIMA

Histórico, tombado, o prédio que abrigou o gabinete do então prefeito Cícero Almeida e depois a Secretaria de Assistência Social, está entregue ao abandono, na Praça dos Martírios.

 

MEIRELLES DA VEZ

Com todos os indicadores econômicos positivos, o ministro Henrique Meirelles já não esconde que, discretamente, trabalha com a hipótese de sair candidato à sucessão do chefe Temer.

 

SEM CARA PARA PEDIR MAIS APOIO

Não é que a reforma previdenciária seja indigerível pelos deputados e senadores. O problema é que Temer não tem mais cara para pedir apoio para aprovar uma PEC altamente polêmica, na exata hora em que os congressistas, todos eles, estão sendo cobrados pelos eleitores para terem apoio nas urnas.

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