'Queria fazer um filme pop', diz diretor de 'Bingo'

15/09/2017 16:12

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Estadão Conteúdo

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Daniel Rezende está radiante com a escolha de seu filme Bingo - O Rei das Manhãs como candidato do Brasil para concorrer a uma vaga no Oscar. Daniel conversou com a reportagem pelo telefone. Admite que deu uma desligada, até este momento, "porque estava muito ansioso." E está radiante porque acha que a comissão entendeu seu objetivo - "Queria fazer um filme pop, mas com um personagem denso, profundo e que emocionasse. E tudo isso com qualidade, para que as pessoas tivessem orgulho do cinema brasileiro e pudessem dizer - este filme é nosso, nos representa" (no sentido de nos colocar na tela).

Bingo não teve, em termos de bilheteria, o retorno imediato que a distribuidora Warner talvez esperasse. "Sabia que era um filme de boca a boca, mas também sabia que não era fácil, que aquele final poderia provocar polêmica. Com todo respeito, nunca quis fazer um filme sobre a redenção evangélica de Arlindo Barreto. Meu personagem é o Augusto, e ele vive atrás de um holofote, de um palco. Termina encontrando esse palco no culto evangélico, mas minha ideia nunca foi que seria a redenção do Augusto." 

O impacto da escolha ainda é muito recente - há poucas horas. "Preciso me reunir com a própria Warner para definir estratégias Começa agora um outro trabalho, um outro caminho que a gente vai ter de seguir." 

Escolhido por outra comissão - da Ancine -, Bingo também será o filme do Brasil na disputa por uma vaga no Goya, o Oscar espanhol. Rezende é votante da Academia de Hollywood. Já concorreu ao Oscar de montagem por Cidade de Deus. Seu desejo, agora, mais do que chegar entre os finalistas é que o anúncio renove o interesse do público por seu filme. "Quem vê gosta. Tenho tido uma resposta extraordinária. Então a expectativa é que a pré-indicação para o Oscar motive o público."

Primeira Edição © 2011