Cinomose: causas, diagnóstico, tratamento e cura

22/08/2017 13:21

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Cinomose tem cura? Conheça a doença, entenda seus sintomas e fique sempre atento ao seu cachorro. E lembre-se: sempre vacine seu cão.
 
O que é Cinomose?
É uma doença que acomete principalmente os filhotes (antes de 1 ano de vida). Ela pode atingir vários órgãos, ou seja, é sistêmica, podendo atuar em todo o organismo. Às vezes cães mais velhos também podem ter Cinomose, normalmente porque não tomaram as vacinas necessárias ou porque estão com a imunidade baixa.
 
É altamente contagiosa entre os cães, sendo causada por um vírus que sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio, e menos de um mês em local quente e úmido. É um vírus muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns e, leva quase sempre à morte dos filhotes, porém os adultos também podem se contaminar se não vacinados. Não escolhe sexo ou raça nem a época do ano.
 

Transmissão da Cinomose

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Ela se dá através de animais que se contaminam por contato direto com outros animais já infectados ou pelas vias aéreas quando respiram o ar já contaminado.
 
Alguns animais doentes podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentarem sintomas, porém estão disseminando o vírus para outros animais ao seu redor através de secreções oculares, nasais, orais ou pelas fezes, sendo que a principal fonte de transmissão é através de espirros, pois quando o animal espirra, elimina gotículas de água pelo nariz e estas gotículas estão contaminadas com o vírus. Este ato de espirrar pode contaminar cães sadios que estiverem por perto ou até mesmo um humano pode carregar o vírus nas suas roupas ou sapatos, sem se contaminar, indo até um animal sadio, onde será depositado. Portanto, o cão pode se infectar por via respiratória ou digestiva, através de contato direto ou fômites (um humano, por exemplo) e até por água e alimentos que contenham secreções de animais contaminados.
 
A Cinomose é uma doença transmitida por um vírus altamente contagioso, família paramixovirirdae e gênero morbilivírus. É um vírus resistente. Ele prefere locais frios e secos, mas em lugares quentes e úmidos consegue sobreviver por um mês. É um vírus bastante agressivo e oportunista, que atinge principalmente os cães que estão com o sistema imunológico enfraquecido (filhotesidosos ou fracos devido a alguma doença ou estresse).
 
Os mais atingidos são filhotes de 3 a 6 meses de vida. Esse período coincide com a perda dos anticorpos maternos presentes no corpo do filhote (por isso é importante que a última dose da vacina v10 (ou v11) seja feita aos 4 meses, e não aos 3 meses). Algumas raças tem mais chances de contrair cinomose, como Husky SiberianoGreyhoundWeimaranerSamoieda e Malamutes do Alaska. Mas nenhuma raça de cachorro está livre de contrair o vírus, inclusive vira-latas.
 
 

Vacina 
A vacina que previne a Cinomose é a partir da v8 (v10, v11). O cão irá receber a primeira dose com 2 meses de idade, a segunda dose com 3 meses de idade e a terceira dose com 4 meses de idade. Só depois da terceira dose é que ele estará protegido da doença. Veja aqui tudo sobre vacinas e calendário de vacinação.

Cinomose mata
A taxa de mortalidade da cinomose é de 85%, ou seja, apenas 15% conseguem sobreviver à doença. Muitas vezes o cão não morre da doença, mas fica com sequelas neurológicas tão graves que precisa ser sacrificado.
 
Cinomose pega em humanos? 
A Cinomose não é uma zoonose, ou seja, não passa para as pessoas. Mas o contágio é muito fácil entre animais, por isso um cão com cinomose deve ficar completamente isolado de outros animais. Apesar de não passar o vírus pros seres humanos, as pessoas podem ajudar a espalhar o vírus, por exemplo, através da saliva de um animal contaminado em suas roupas. Por exemplo, uma pessoa visitou um abrigo onde tinha um animal com cinomose. Esse animal “babou” ou espirrou nas roupas da pessoa. Ela chega em casa e tem um cão filhote, ou um cão que está com o sistema imunológico debilitado (não tem como saber). Esse cão vem cheirar o dono pra recepcioná-lo e pronto, entra em contato com o vírus que está na roupa.
 
Sintomas da Cinomose

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Depois que o animal foi infectado, ocorre um período de incubação de 3 a 6 dias ou até 15 dias, que é o tempo que o vírus leva para começar a agir dentro do organismo e fazer com que o cão apresente os sintomas. Após isso, o animal apresenta febre que pode chegar até os 41º C com perda de apetite, apatia (ficar quieto demais), vômito e diarréia, corrimento ocular e nasal. Estes sintomas iniciais podem durar até 2 dias.
 
Após isso, o animal pode se apresentar com o comportamento normal, como se estivesse curado, passando uma idéia de que poderia ter sido acometido apenas de um mal estar temporário. Essa falsa idéia de que está tudo de volta ao normal pode permanecer por meses.
 
Após isso, surgem os sinais patognomônicos (específicos), da cinomose e a intensidade destes sinais dependerão do sistema imune de cada animal.
 
Dentre estes sinais típicos podemos citar vômito e diarreia, novamente o corrimento ocular e nasal e sinais de alteração do sistema nervoso como falta de coordenação motora (o animal parece estar “bêbado”), tiques nervosos, convulsões e paralisias.
 
De acordo com o estado do sistema imunológico do animal como um todo, ele pode vir a óbito diante de apenas um só sintoma ou pode sobreviver desenvolvendo todos os sintomas, a todas as fases com prognóstico desconhecido.
 
Pela ordem geralmente, os primeiros sintomas da segunda fase (aquela após meses em estado normal) são a febre, falta de apetite, vômitos, diarreia e dificuldade de respirar (dispnéia). Posteriormente, conjuntivite com muita secreção ocular, secreção nasal acentuada e pneumonia. Passada uma ou duas semanas, os sintomas neurológicos são apresentados. Diante destes sintomas, o cão pode ficar agressivo, tendo dificuldade em reconhecer seu dono, pois ocorre uma inflamação no cérebro. Pode ocorrer também uma paralisia dos músculos da face e diante disso o cão não consegue beber água, pois a paralisia não permite que ele abra a boca. As lesões cerebrais e medulares devido ao vírus podem causar paralisia no quarto posterior como se o animal estivesse “descadeirado”, ou apresentar incoordenação motora. Os sintomas tendem a piorar conforme os dias se passam, de forma lenta ou rápida, dependendo de cada animal, porém não regridem depois do vírus já estar devidamente instalado no organismo.
 
 Como identificar a cinomose
O diagnóstico correto da cinomose canina é muito importante para que o cachorro consiga se recuperar. Veja os sintomas mais comuns de cães infectados. Colocamos na ordem em que surgem conforme a evolução da doença:
 
– Tosse
– Espirros
– Febre
– Perda de apetite
– Apatia (o cão não tem vontade de fazer nada)
– Vômitos
– Diarreia
– Secreções nasais
– Secreções oculares (conjuntivite)
– Falta de coordenação motora (o cão parece estar “bêbado”)
– Tiques nervosos
– Mioclonias (contrações musculares involuntárias)
– Convulsões
– Paralisia
 
Esses sintomas variam muito de cão pra cão e a evolução também depende de cada indivíduo. Não temos como prever os sintomas nem a velocidade do avanço da doença. Às vezes um cão que só apresenta os 4 primeiros sintomas já está em um estágio avançado. Isso varia muito.
 
Um dos sinais neurológicos mais característicos da cinomose é a contração involuntária dos músculos. É um sintoma bem específico da Cinomose.
 
Quando a cinomose chega a afetar o sistema neurológico dos cachorros (ou seja, o funcionamento do cérebro) o quadro já pode ser considerado muito grave. A partir desse momento, podem haver sequelas como o cão ter meningite, ficar paraplégico ou tetraplégico (perder o movimento das patas). Também pode evoluir para um estado de coma, que normalmente é seguido de morte em pouco tempo.

Sequelas
– Tiques nervosos
– Tremores musculares
– Bambeza generalizada (dificuldade de andar)
– Paralisia de um membro ou todos
 

Primeira Edição © 2011