Alguém tem a solução?

20/08/2017 12:53

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Romero Vieira Belo

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Nos países mais organizados, quando as coisas vão mal, usa-se o limão, com seu teor acre, para fazer uma deliciosa limonada. Aqui, quando as coisas não vão bem, consegue-se transformar a saborosa limonada em puro caldo de limão acérrimo.

Por acaso se faz campanha eleitoral sem gastar dinheiro? Não. Nem aqui, nem em lugar nenhum. Mesmo excluindo-se o velho mercado do voto, gasta-se com carro-de-som, com produção de  áudio e vídeo para o Guia Eleitoral no rádio e na televisão. Gasta-se com material gráfico, com transporte e combustível. Enfim, gasta-se com tudo que possa ser usado como propaganda legal.

Então, como fazer campanha sem dinheiro? Condena-se, e não sem razão, o deputado Vicente Cândido, relator da reforma política, por ter incluído no projeto a criação de um fundo de campanha alimentado por recursos públicos. De fato, remanejar de setores vitais – como saúde, educação, segurança, habitação, agricultura – para bancar propaganda eleitoral parece ultrajante, mesmo. E talvez seja. Mas, de onde tirar?

Os que condenam o fundo esquecem que em 2015 o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a norma que permitia a empresas doar para campanhas eleitorais. Ficou facultada a doação por pessoas físicas, limitada a 10 por cento do rendimento no ano anterior ao pleito. Tudo por causa do famigerado caixa dois, isto é, do financiamento feito por baixo do pano, não contabilizado. À época, o ministro Gilmar Mendes advertiu que a decisão proibitiva só estimularia mais ainda o caixa ilegal. Muitos, porém, acusaram Mendes de estar ao lado da bandalheira.

Agora, a pouco mais de um ano das eleições gerais, o tema se impõe com uma indagação: se empresa não pode doar e se não for criado o fundo, quem vai bancar os gastos da campanha?

Criticar, apenas, não vale. A crítica só vale se acompanhada de fórmula plausível para se resolver a equação.

 

VOLTA DO MDB

Originalmente chamado de MDB, o PMDB planeja erradicar o P para resgatar a antiga sigla. A ideia é do presidente nacional, senador Romero Jucá, e tem o apoio da maioria dos filiados.

 

SIGLA DE ORIGEM

O PMDB era MDB e ganhou o P por imposição do regime militar. No início, era só Arena e MDB. Depois, vieram as novas legendas e o regime exigiu que todas tivessem o P e partido.

 

MARINA DE HOJE NÃO É MARINA DE ONTEM

Quando pertencia ao PT, a então senadora Marina Silva, que chegou a ser ministra (do Meio-Ambiente, no governo Lula) não se insurgia contra os grandes partidos. Agora, que tenta ser presidente pela sua pequena Rede, a ex-petista dispara contra a reforma eleitoral por contemplar as grandes legendas.

 

PEQUENAS OBRAS...

Errou feio quem apostou que a urbanização das grotas era um projeto eleitoral. Ao todo, 26 das 76 grotas de Maceió já foram atendidas pelo programa ‘pequenas obras, grandes mudanças’.

 

...GRANDES MUDANÇAS

Tem mais: o governador Renan Filho já bateu o martelo afirmando que todas as grotas serão beneficiadas. Agora, com o apoio das Nações Unidas, que encamparam o projeto social.

 

O PROJETO DE BOLSONARO PARA 2018

O presidenciável Jair Bolsonaro, que visitou Alagoas na semana passada, lidera legiões de descontentes que, cada vez mais descrentes dos ‘políticos convencionais’, apostam em sua passagem ao segundo turno para uma decisão final com Lula. Bolsonaro sabe que, vencedor no primeiro turno, contará com o apoio de todos os derrotados por Lula no primeiro tempo.

 

VOZ DO CHAVISTA

A bobagem de Donald Trump, que ameaçou atacar a Venezuela, ensejou que Lula (que andava cabisbaixo com a crise no país bolivariano) subisse a voz em defesa do ditador Nicolás Maduro.

 

VOZ DO CHAVISTA II

Fã incondicional do chavismo, que levou a Venezuela ao atual estado de guerra civil, Lula só não importou o modelo bolivariano porque, afinal, viu logo que o Brasil não é uma republiqueta.

 

ALMEIDA REJEITA FUNDO DE CAMPANHA

Confiante no capital político que construiu em longo de cinco eleições vitoriosas (vereador, deputado estadual, prefeito duas vezes e deputado federal), Cícero Almeida avisa que o fundo de campanha bilionário, proposto na reforma eleitoral, poderá até ser aprovado no plenário da Câmara, mas jamais com seu voto.

 

AGORA, PODEMOS

Depois de breve estada no PMDB, Almeida acaba de ingressar no Podemos, partido que tem como líder nacional o senador Álvaro Dias, já declarado pré-candidato à presidência da República.

 

COM RENAN I E II

Reforço considerável ao Podemos, é verdade, mas Cícero Almeida avisa aos ‘maus navegantes’: “Sou amigo do senador Renan e do governador Renan Filho, e voto com eles”.

 

ILUMINAÇÃO ESPECIAL DO TJ APOIA AGOSTO-LILÁS

Quem circula à noite pela Praça Deodoro percebe algo diferente: a iluminação violeta na fachada do Tribunal de Justiça. Trata-se de um ato simbólico ao Agosto Lilás, mês em que o Judiciário, cumprindo orientação do CNJ,  prioriza o julgamento de processos onde mulheres figuram como vitimas de violência.

Primeira Edição © 2011