Um risco muito maior

14/08/2017 12:26

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Romero Vieira Belo

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Não são poucas as manifestações no Congresso Nacional defendendo a adoção do parlamentarismo. Seria, como afirmam seus adeptos, uma alternativa ao quadro de crises recorrentes que têm marcado o presidencialismo, no passado, mas também a partir da redemocratização no final da década de 1980.

Crises, vale salientar, que irrompem muitas vezes no cerne do próprio governo, como os processos que culminaram com o impeachment de Fernando Collor, em 1992, e de Dilma Rousseff no ano passado. Crises, portanto, que brotam no âmago do presidencialismo e se irradiam, com efeitos desastrosos, sobre a economia e, evidentemente, sobre o conjunto da sociedade.

Os defensores do regime parlamentar acreditam que um governante – eleito pelo Congresso – concorreria para evitar crises, dado que poderia ser destituído mediante simples moção de desconfiança votada pelo Parlamento. Mas há uma questão crucial a ser considerada: a cultura dos esquemas, das tramas e das negociatas, tão comuns ao Parlamento brasileiro.

Seria lícito supor que, tal como ocorre nos processos de impeachment, a dinheirama correria frouxa, no parlamentarismo, tanto para eleger o governante, isto é, o primeiro-ministro (já que o presidente atua apenas como chefe de estado). Tanto para eleger quanto para destituir. Exagero? Nenhum. Gasta-se, hoje, uma fortuna por um mandato eletivo. Afinal, o processo eleitoral brasileiro está, não de agora, totalmente monetarizado. Como seria com um candidato rico, milionário, cabalando votos num colégio eleitoral com apenas alguma centenas de votantes?

De modo que a proposta a favor do parlamentarismo requer estudo mais detido e reflexão mais profunda. Antes que se adote um regime que, amanhã, resulte incompatível com a própria história e formação do povo brasileiro, convém saber se o projeto em questão não reflete tão-somente a angústia e inquietação dos que buscam uma saída para o atual regime de crises.

 

DUPLA EM CIMA

As pesquisas de intenção de voto para o Senado, todas elas, mostram sempre Teotonio Vilela em segundo lugar, atrás de Renan Calheiros. Biu de Lira aparece na terceira colocação.

 

HORA DO ADEUS

Kátia Born e seu grupo já estão de malas prontas para deixar o PSB, provavelmente rumo ao PDT. Lembrando que o líder estadual pedetista, Ronaldo Lessa, já comandou o PSB.

 

MORRE O AZULINO MURILO ROCHA MENDES

O ex-deputado federal e ex-secretário da Educação, Murilo Rocha Mendes, faleceu neste domingo, aos 82 anos, e foi sepultado no Parque das Flores. Murilo Mendes era procurador aposentado do Ministério Público Estadual e foi um dos fundadores do PMDB e PDT, tendo atuado como secretário de estado nos governos de Muniz Falcão, Lamenha Filho e Divaldo Suruagy. Ajudou a construir o Rei Pelé e foi dirigente do CSA.

 

MARCA CONHECIDA

Os petistas que arremessaram ovos em João Doria, em Salvador, não atingiram o prefeito paulista. Acertaram em cheio a cara da sociedade, que se sente ultrajada com esse tipo de conduta.

 

MUDANDO O TOM

Devagarzinho, Lula já começa a mudar o discurso. Nos últimos dias, deixa no ar que poderá não ser candidato a presidente, mas apoiará um aliado. “Vão ter que me engolir de todo jeito”, diz.

 

TEREZA COLLOR DE OLHO NAS ELEIÇÕES DE 2018

Após longa pausa no noticiário, Tereza Collor ressurge como possível novidade na política alagoana. Ela tem mantido contato com líderes partidos e revelado o desejo de disputar as próximas eleições. O mandato? Optaria entre o de senadora ou deputada federal. Filha do empresário João Lyra, Tereza era casada com Pedro Collor, já falecido (daí o sobrenome) e foi destaque nacional na década de 1990, quando foi secretária de Turismo de Alagoas, mas recusou convites para ingressar na política.

 

EM ALAGOAS

Lula estará em Alagoas na próxima semana, dando sequência a sua peregrinação por estados do Nordeste. Aqui, cumprirá todo um roteiro preparado pelo comando estadual do PMDB.

 

LESSA E RENAN

O PDT, de Ronaldo Lessa, poderá ser a próxima agremiação a se compor com o governador Renan Filho. Por enquanto, Lessa não se manifesta, mas há sinais de que deverá firmar uma aliança.

 

REFORMA DA PREVIDÊNCIA PERDE APOIO

Pelo andar da carruagem, a reforma da Previdência não passará na Câmara. O governo está desgastado, as eleições se aproximam e nem os congressistas fisiológicos estão inclinados a apoiar Temer contrariando a grande maioria do povo brasileiro. Até os partidos do Centrão já avisaram que dessa vez não pretendem marchar com o Palácio do Planalto. Temer, claro, vai insistir.

 

DIA DOS PAIS

O anúncio veiculado pela TV Ponta Verde durante a semana não poderia ser sido mais motivador: “Dê um ‘Previda’ de presente ao seu pai”. O presente sugerido, no caso, é um plano funerário...

 

FURO HISTÓRICO

Em tempos de babaquice, quem sabe a TV Globo não receberá um prêmio internacional por ter cinegrafista da rede folmando a futura PGR, Raquel Dodge, chegando ao Jaburu fora de agenda.

 

 

OS TUCANOS QUEREM VOLTAR AO PLANALTO

Fora do poder central desde a saída de FHC da presidência, o PSDB insiste em proclamar seu ‘direito’ de retornar ao Palácio do Planalto. Com quem? Com José Serra e Aécio Neves praticamente fora do páreo, as atenções se voltam para Geraldo Alckmin e João Doria – governador e prefeito em São Paulo. Problema vai ser convencer um dos dois a ceder a vez.

 

Primeira Edição © 2011