Artesanato do sistema prisional alagoano é destaque na Fenearte

Durante os onze dias de evento, os artesãos da Fábrica da Esperança venderam 287 peças

18/07/2017 10:07

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Agência Alagoas

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Em sua 18ª edição, a maior feira de artesanato da América Latina, a Fenearte, foi encerrada no último domingo (16), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. E os produtos confeccionados pelas mãos habilidosas das reeducandas e artesãos da Fábrica de Esperança, da Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), ganharam destaque no estande de Alagoas.

A  Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) reuniu trabalhos de, aproximadamente, cinco mil expositores, de 34 países e oito etnias indígenas.
 
A Seris levou peças em madeira com aplicações de filé, técnicas ensinadas nas oficinas da Fábrica de Esperança, que é coordenada pela Gerência de Educação, Produção e Laborterapia da Seris. Além da grande visibilidade, a feira foi importante para movimentar as vendas dos produtos da Fábrica de Esperança.
 
Durante os 11 dias de evento foram vendidas 287 peças, totalizando uma arrecadação de mais de R$ 4 mil. Os recursos provenientes das vendas serão destinados ao Fundo Penitenciário e utilizado na compra de novos materiais utilizados nas oficinas da Fábrica de Esperança.

Alexandra Santana é professora no Recife e prestigiou o evento. As peças produzidas pelas reeducandas chamaram a atenção da visitante pela beleza e acabamento. “O trabalho está muito bom, muito bonito e bem feito. Realmente espero que tenha continuidade e uma abrangência ainda maior, pois realmente está valendo a pena”, disse.
 
Sobre o trabalho de ressocialização, a professora entende como uma importante ferramenta para oportunizar melhores condições de vida pós-cárcere. “Fiquei surpresa com o trabalho que a Secretaria está fazendo. Acho muito interessante dar uma oportunidade para quem está à margem da sociedade”, falou.
 
“Acho que o que falta é isso; não só no Estado, mas no Brasil de uma forma geral. É um trabalho, realmente, de ressocialização das pessoas que estão cumprindo pena. Muitas vezes elas estão lá, ociosas, e não têm o que fazer, não têm uma oportunidade. A maioria não tem uma profissão, não estudou. Então, quando sai, acaba voltando para o mundo do crime”, completou Alexandra Santana.
 
Gleyka Torrero é estudante e também conferiu as boas práticas disseminadas na Gerência de Educação, Produção e Laborterapia para as reeducandas. Ela afirma que a valorização da arte é uma importante ferramenta social. “As peças são bonitas, bem trabalhadas. A gente vê a valorização da arte; o compartilhamento de uma cultura diferente. É uma troca muito boa”, afirmou.
 
A gerente de Educação, Produção e Laborterapia da Seris, Andréa Rodrigues, destaca a importância da participação na Fenearte.”É uma grande visibilidade para a Secretaria de Ressocialização. É uma forma de expor as coisas boas que estamos fazendo; uma forma de levar para a sociedade uma prestação de contas do que o sistema faz para ressocializar essa população”, falou.
 
Comitiva Seris Na sexta-feira (14), gestores da Seris foram prestigiar o evento, como forma de valorizar o trabalho da Secretaria. Andréa Rodrigues vê a vista como forma de integrar os diversos setores da instituição.
 
“A participação dos gestores foi de grande relevância, pois, muitas vezes, eles participam de forma indireta nas ações da Gerênca de Produção e Laboterapia e não conhecem a dimensão do que é feito. Queríamos que eles percebessem a importância do trabalho de ressocialização que eles fazem. Afinal, nosso objetivo é humanizar, trabalhar de forma humana e integrada para cumprir a missão da secretaria”, finalizou Andréa Rodrigues.

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