Vítimas da violência no trânsito recebem assistência psicológica no HGE

23/06/2017 17:08

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Agência Alagoas

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Quando se fala em acidente de trânsito, logo aparecem os medos dos traumas físicos e morte. O que nem sempre são lembrados pelos condutores, passageiros e pedestres são os efeitos dolorosos dos traumas psicológicos após o acidente. Susto, taquicardia, hipervigilância, sudorese, pânico, irritabilidade e fuga são alguns dos sintomas do estresse pós-traumático.

O Hospital Geral do Estado (HGE) também está preparado para assistir os traumas psicológicos decorrentes dos acidentes de trânsito. A psicóloga Paula Quitéria explica que o acordar da vítima um lugar estranho, cercada por desconhecidos e, muitas vezes, em uma situação desconfortável, é um choque de realidade.

“Reviver o acidente e sonhar com o acontecimento são fatos comuns. O problema todo começa quando isso se torna frequente e o paciente se isola de deixa de praticar as atividades de antes”, alerta a psicóloga.

A artesã Maria Lúcia dos Santos, de 43 anos, foi vítima de um condutor irregular, na zona rural de Atalaia (AL), quando saia para levar o companheiro ao médico. “Estávamos de carona no banco traseiro de um carro, quando, de repente, outro carro bateu em nós. Foi uma violência tão grande que o motorista do veículo que causou o acidente morreu na hora. Eu não lembro de muita coisa, porque apaguei e só acordei aqui no HGE”, disse.

Maria Lúcia, mãe de três filhos, sofreu fratura de fêmur direito e esquerdo, do quadril e perdeu alguns dentes. Apesar de ainda não ter saído do hospital, desde o último dia 3 de junho, ela comentou que está muito assustada e acha que não caminhará na rua com a mesma tranquilidade de antes.

“Agora, qualquer carro que se aproximar vai ser um susto. Atravessar a rua será quase um ritual, cheio de detalhes a se considerar. Sei que nada disso me livraria de um novo acidente, mas, também, sei que precisarei enfrentar esses medos para continuar minha vida”, confidenciou a artesã.

Segundo a psicóloga do HGE, escapar dos traumas psicológicos também depende das experiências de vida do enfermo. “Por isso, a necessidade do acompanhamento de um profissional, para também tratar os efeitos psicológicos do acidente”, justificou.

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