Rui abandona festas e servidores e sinaliza que não será candidato

Prefeito nega reajuste salarial e apoio aos festejos populares de Maceió. Governo do Estado patrocina São João

20/06/2017 07:51

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Os mais atentos observadores da cena política maceioense convergem para uma conclusão: ao regatear com os servidores públicos do Município, negando-lhes correção salarial contra as perdas acarretadas pela inflação der 2016, o prefeito Rui Palmeira indica claramente que não pretende concorrer à sucessão estadual do próximo ano, apesar das especulações em contrário.

O prefeito vai continuar dizendo que se mantém ‘aberto ao diálogo’ com os servidores, mas à medida que o tempo passa a possibilidade de concessão de reajuste salarial vai diminuindo por uma razão contábil: qualquer aumento salarial terá de ser retroativo a janeiro (data-base da categoria) e isso obrigaria o prefeito a despender uma quantia extra considerável para pagar o retroativo de seis meses ou mais.

Quem primeiro associou a proposta de ‘reajuste zero’ à indicação de não candidatura ao governo em 2018 foi o jornalista Romero Vieira Belo, nosso Editor-Geral, que no seu Enfoque Político fez o seguinte registro: “Ao propor reajuste zero aos servidores de Maceió, o prefeito Rui Palmeira indica que não tem mais a intenção de concorrer ao governo de Alagoas no próximo ano”.

Vieira Belo é de opinião de que “nenhum gestor interessado em disputar uma eleição negaria reajuste salarial aos servidores de sua própria administração, pois assim fazendo teria em cada um deles um potencial adversário no processo eleitoral”.

O analista político Cláudio Noronha observa que “se Rui pretendesse concorrer ao governo, não deixaria de apoiar as festas populares mais tradicionais, como o Carnaval e o São João, pois as despesas com esses eventos pouco representam no contexto dos gastos correntes de uma Prefeitura como a da capital alagoana”.

- Além disso, é evidente que a negativa de correção salarial também coloca Rui em choque frontal com um número elevado de eleitores, os cerca de 17 mil servidores do Município, que naturalmente se converterão em crítico do prefeito e isso teria reflexos em qualquer processo eleitoral – avalia Noronha.

- Sem recursos financeiros para cumprir sequer um terço das promessas feitas em campanha (a maioria delas anunciada sem citação das fontes de financiamento), Rui Palmeira parece cada vez mais resolvido A retirar a sucessão estadual de 2018 de sua agenda política, definitivamente – afirma o analista político.

 

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