Acusado de fraude fiscal, Cristiano Ronaldo afirma 'consciência tranquila'

14/06/2017 14:44

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Estadão Conteúdo

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Um dia depois de o Ministério Público da Espanha ter apresentado uma denúncia segundo a qual é acusado de fraudar 14,7 milhões de euros (aproximadamente R$ 52 milhões) em impostos no País, Cristiano Ronaldo afirmou nesta quarta-feira que está com a "consciência tranquila" em relação ao caso que abala a sua imagem às vésperas de defender Portugal na Copa das Confederações, na Rússia.

Exibindo um sorriso no rosto ao ser lembrado por um repórter sobre o assunto delicado durante a sua chegada ao aeroporto de Lisboa, de onde partiu com a seleção nacional em voo rumo ao país da competição organizada pela Fifa, o atacante se limitou a dizer de longe: "Consciência tranquila, irmão. Sempre, homem".

Cristiano Ronaldo não parou para falar com os jornalistas ao chegar ao aeroporto com uma camisa de viagem da seleção portuguesa, pouco depois de o Real Madrid ter se pronunciado oficialmente, também nesta quarta, para sair em defesa do seu principal astro, que acaba de conquistar o título da Liga dos Campeões e o Campeonato Espanhol pelo time nesta última temporada europeia.

Por meio de um curto comunicado, o clube ressaltou que tem "plena confiança" no atacante e disse entender que o mesmo "atuou conforme a legalidade em relação ao cumprimento de suas obrigações fiscais". "Cristiano Ronaldo sempre mostrou, desde a sua chegada ao Real Madrid, em julho de 2009, uma clara vontade de cumprir com todas as suas obrigações tributárias", afirmou o Real, para em seguida destacar que "está absolutamente convencido" de que o jogador português irá demonstrar sua "total inocência neste processo".

Por meio de sua procuradoria de Madri, o Ministério Público da Espanha acusa Cristiano Ronaldo de ter cometido quatro delitos contra a Receita da Espanha entre os anos de 2011 e 2014, que supõe "uma fraude tributária de 14.768.897,40 euros", segundo apontou em comunicado divulgado na última terça-feira. 

A procuradoria de Madri considera que Cristiano Ronaldo utilizou "uma estrutura corporativa criada em 2010 para esconder do fisco as rendas oriundas dos direitos de imagem na Espanha, algo que supõe uma violação 'voluntária' e 'consciente' de suas obrigações fiscais na Espanha".

Em um contrato assinado em junho de 2009, Cristiano teria simulado ceder seus direitos de imagem a uma empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas e da qual era o único sócio. Esta empresa, por sua vez, cedeu os direitos a outra empresa com sede na Irlanda e com nome de Multisports&Image Management LTD que, de fato, se dedicou à gestão e exploração dos direitos de imagem do jogador.

A procuradoria espanhola considera que a primeira cessão "tinha como única finalidade a interposição de uma tela para ocultar" do fisco espanhol "a totalidade das receitas obtidas pelo denunciado pela exploração de sua imagem".

Também na última terça, o advogado de Cristiano Ronaldo, Antonio Lobo Xavier, afirmou que o seu cliente recebeu a acusação com "total surpresa" e se sente "prejudicado" neste caso. Em entrevista para o canal de TV português SIC Notícias, o representante do astro garantiu que o atleta sempre cumpriu com todas as suas obrigações fiscais. 

Na semana em que estourou este caso envolvendo o seu nome, Cristiano Ronaldo agora se prepara para defender Portugal na Copa das Confederações, na qual irá estrear neste domingo, às 12 horas (de Brasília), contra o México, em Kazan, na Rússia.

Primeira Edição © 2011