Rodrigo Maia será investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

12/04/2017 07:31

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Um dos inquéritos derivados da chamada delação do fim do mundo vai investigar o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) por ter pedido e recebido pelo menos 950.000 reais da Odebrecht em 2008 e 2010. O pai dele, o ex-prefeito do Rio César Maia, também será investigado.

De acordo com o despacho do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, em 2008 Rodrigo pediu 350.000 reais à Odebrecht a pretexto de utilizar o valor na disputa eleitoral. O problema, ressalta o despacho, é que naquele ano nem Maia nem o pai dele foram candidatos.  O dinheiro usado pela Odebrecht para atender o pedido saiu do Setor de Operações Estruturadas, como era chamada a divisão da empresa encarregada de distribuir propinas.

Em  2010, Rodrigo Maia pediu um novo repasse, desta vez para a campanha de Cesar Maia. A Odebrecht, novamente, atendeu o pedido e liberou 600.000 reais. Desse valor, 400.000 reais saíram do departamento de propinas. No sistema Drousys, que registrava secretamente os subornos pagos pela empreiteira, aparecia como destinatário do dinheiro o nome de um assessor de Rodrigo Maia que, de acordo com os investigadores, atuou como intermediário das operações.

Os delatores descrevem outros pagamentos ao deputado. Entre eles, repasses feitos para que ele ajudasse a aprovar uma medida provisória de interesse da empreiteira e contribuições para a campanha de 2014.

O inquérito contra Rodrigo e César Maia vai investigar os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

Confira a nota de posicionamento do presidente da Câmara Rodrigo Maia:

“O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores e os inquéritos serão arquivados. Eu confio na Justiça e vou continuar confiando sempre. O Ministério Público e a Justiça vão fazer o seu trabalho de forma competente, cabe ao Congresso cumprir seu papel institucional de legislar. Há separação dos Poderes”.

Primeira Edição © 2011