Após criticar governo, Renan deve receber afago do Planalto

Alagoas pode ser beneficiada no projeto que prevê a recuperação fiscal dos estados em crise financeira

30/03/2017 08:29

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G1

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Após liderar dentro do PMDB um movimento contrário à possibilidade de sanção, pelo presidente Michel Temer, do projeto que trata da terceirização, o senador Renan Calheiros (AL) deve receber um afago do Palácio do Planalto, informa o repórter Nilson Klava, da GloboNews.

Parlamentares governistas pretendem beneficiar o filho do senador, o governador de Alagoas, Renan Filho, no projeto que prevê a recuperação fiscal dos estados em crise financeira.

O objetivo é matar dois coelhos com uma cajadada só.

Desta forma, o governo Michel Temer consegue angariar votos de parlamentares das regiões Norte e Nordeste para aprovar o projeto e, ao mesmo tempo, contempla Renan Calheiros.

O movimento do Planalto acontece após Renan intensificar as críticas ao governo. O líder do PMDB já atacou, por exemplo, a proposta de reforma da Previdência e chegou a afirmar que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso, mantém influência no governo.

O relator do projeto de recuperação dos estados, Pedro Paulo (PMDB-RJ), chegou a adicionar um artigo no texto para autorizar a negociação de quatro estados: Piauí, Acre, Rondônia e Alagoas.

Os estados que federalizaram estatais na década de 1990 para depois serem privatizadas tinham um acordo com a União de que receberiam benefícios vindos da privatização. O problema é que algumas estatais não foram privatizadas. O artigo adicionado vai permitir justamente que estados possam ter acesso aos benefícios a partir de agora.

O aumento do investimento da União em Alagoas foi uma das demandas apresentadas por Renan Calheiros junto ao Palácio do Planalto.

Outro ponto que interessa ao líder do PMDB é um espaço maior no Ministério dos Transportes. Calheiros queria um aliado no comando da Secretaria de Portos.

O Blog revelou que, na terça-feira à noite, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) estiveram no gabinete de Renan para uma reunião de emergência.

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