Otorrino do HGE orienta sobre os cuidados com ‘corpos estranhos’

25/03/2017 10:03

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Agência Alagoas

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Um almoço em família não terminou muito agradável para Luiza Felipe Araújo (37). Ela se engasgou com uma espinha de peixe. O incômodo foi tanto que a levou até o Hospital Geral do Estado (HGE), onde a espinha foi retirada e o conforto restabelecido.

Segundo o otorrinolaringologista Floriano Rocha Júnior, também coordenador da especialidade no hospital, casos como o de Luiza Felipe acontecem rotineiramente no maior hospital de urgência e emergência estadual. “Atendemos, principalmente, pessoas menos esclarecidas e muitos pacientes encaminhados do interior do Estado, onde não existem profissionais especialistas. Os casos mais comuns são os corpos estranhos de nariz, garganta e ouvidos. Em seguida, os sangramentos nasais”, conta.

No caso de Luiza Felipe, o corpo estranho (objeto que penetra no organismo através dos orifícios ou após uma lesão de causa variável) foi percebido imediatamente, mas, segundo o especialista, geralmente, eles apresentam poucos sintomas e sempre relacionados à localização onde estão presos.

“Na garganta, por exemplo, a presença de um corpo estranho leva logo ao engasgo e salivação. Os corpos estranhos nas vias respiratórias podem causar perturbações de variável natureza, de acordo com a sua localização. Pode existir dificuldade respiratória, dor, vômitos e nos casos mais graves asfixia que pode conduzir à morte”, relata Floriano Rocha.

Já no ouvido, o médico explicou que a presença de um corpo estranho pode levar a surdez temporária, zumbidos e dor. Segundo ele, os corpos estranhos no nariz são mais frequentes em crianças e podem ser desde feijões a objetos de pequenas dimensões como os brinquedos.

Números – De acordo com Floriano Rocha, com dez profissionais especialistas no HGE, a unidade hospitalar atende, aproximadamente, 400 casos destinados à área e, destes, cerca de 200 referem-se a corpos estranhos. Dentre os objetos mais comuns encontrados estão à naftalina, algodão, esponja de almofada, tampa de caneta, pedaços de dentadura, pilha de relógio, espinha de peixe, casca de camarão e grãos de milho e feijão.

Para o especialista, a incidência de objetos no nariz e ouvido de crianças está diretamente relacionada com o grau de instrução dos pais, bem como aos cuidados dispensados aos filhos. “A falta de zelo de quem cuida diretamente das crianças contribui para que elas peguem objetos pequenos e introduzam no nariz e ouvido. Todo cuidado é pouco com crianças pequenas, principalmente durante as refeições, evitando oferecer peixes com espinhas e camarão com casca”, recomenda.

Insetos como baratas pequenas, formigas, mosquitos e escorpiões também são encontrados com frequência nos ouvidos de pacientes atendidos pelo serviço de otorrinolaringologia do HGE. “Quando uma pessoa introduzir algum objeto ou sentir que algum inseto estiver no ouvido, o indicado é esperar que ele saia espontaneamente. Caso isso não ocorra, não se deve tentar retirar, nem utilizar pinças para evitar lesões. O ideal é procurar uma unidade de urgência, onde um especialista realizará o procedimento".

O médico lembrou que a otorrinolaringologia no hospital Geral é destinada exclusivamente para atendimentos de urgência e emergência. Casos menos graves, como cerume em excesso, sinusites, rinites, desvio de septo nasal, distúrbios do sono, otites, curativos, entre outros são encaminhados para a área ambulatorial do Estado.

Ele recomendou a pacientes com infecções crônicas de ouvidos o cuidado de procurar atendimento na área ambulatorial imediatamente, pois essas podem evoluir com complicações locais e até cerebrais quando não tratadas, levando o paciente a procurar o HGE já em estado avançado da doença.

Primeira Edição © 2011