Romero Vieira Belo
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Está de volta o debate sobre o chamado caixa 2, um dos afluentes da oceânica Lava-a-Jato. Para se ter uma noção de quanto o tema é controverso, eis duas opiniões conflitantes: do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal: “O Caixa 2 precisa ser desmistificado e não significa, necessariamente, abuso de poder econômico”. Do jornalista Clovis Rossi, da Folha de S. Paulo: “Caixa 2 é coisa de bandido”. A definição do articulista não é técnica, não é argumento jurídico, é um rasgo de indignação.
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes sustenta ponto de visto interessante sobre o caixa 2, ao considerar que muitos empresários fazem doações de campanha fora da contabilidade dos partidos para não serem achacados, sobretudo por políticos que estão no poder. Em resumo: se a doação for legal, transparente, o autor vai atrair multidões, vai sofrer pressão de todos os lados e vai acabar sendo obrigado a doar seu dinheiro a quem não deseja ajudar. Faz sentido, como argumento, apenas no campo vasto, quase infindável da ‘divagação jurídica’.
Na prática, caixa 2 significa, sim, abuso de poder econômico. Primeiro, porque totalmente isento de controle contábil. Segundo, porque é o dinheiro – de quem pesca muito – usado como fator de desequilíbrio de uma disputa eleitoral. Afinal, num país de maioria faminta, não ganha eleição quem tem boas propostas e os melhores projetos, mas quem consegue gastar mais.
No passado, não se falava em caixa 2, era só abuso de poder econômico. O caixa 2 – e aqui não vai nenhum ranço antipetista – ganhou dimensão exatamente após a chegada de Lula ao poder central. Num primeiro momento, com o mensalão irrigando a conta de partidos e políticos aliados do governo. Depois, com o petrolão que, de tão descomunal, envolveu gregos e troianos. Por isso, num raro instante de sinceridade, durante entrevista em Paris, Lula admitiu: “O que o PT faz o que todos os partidos fazem”. Referia-se ao uso do dinheiro drenado pelo caixa 2.
Nos países desenvolvidos, usam-se ideias para vencer eleição. No Brasil de analfabetos, o dinheiro substitui as ideias.
MARCA FUNÉREA
Em janeiro e fevereiro, Alagoas registrou 400 homicídios, marcada alcançada por Pernambucano já no primeiro mês de 2017. Mas, não há negar, está se matando demais em Alagoas.
GRATIFICAÇÃO
Na Assembleia Legislativa, a GDE (Gratificação por Dedicação Exclusiva) que havia sido suspensa, está voltando aos assessores dos deputados com atos publicados no Diário Oficial.
PMDB SINALIZA LANÇAR RENAN E BELTRÃO
Nas últimas décadas, nunca um mesmo partido conseguiu enviar, concomitantemente, dois representantes para o Senado. O tabu poderá ser quebrado nas eleições do próximo ano. O PMDB parece cada vez mais decidido a marchar com Renan Calheiros e Marx Beltrão disputando as duas vagas pertencentes a Alagoas.
SOBRE IGUALDADE
Presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia defende que a igualdade reivindicada pelas mulheres também funcione na Previdência, com idade mínima igual para homem e mulher.
DOIS ENFOQUES
Enquanto a Folha de S. Paulo, sempre com visão negativa, diz que a indústria ‘recuou em 5, das 15 regiões pesquisadas, o G-1 noticia que a indústria avançou em 12, das 15 áreas pesquisadas.
COLLOR, DE NOVO, ASSUME COMISSÃO INFLUENTE
Mais uma vez, o senador Fernando Collor assume uma comissão do Senado com o apoio do colega Renan Calheiros. Em 2013, o ex-presidente comandou a poderosa Comissão de Infraestrutura. Agora, graças as articulações de Renan, Collor foi aclamado como presidente da Comissão de Relações Exteriores. E já anuncia que vai buscar estreitamento com os EUA de Trump.
FRACASSO TOTAL
O projeto de poder da esquerda fracassou no mundo inteiro. O primeiro sinal foi emitido com o fim da antiga União Soviética. Depois, com a escancarada capitalização da China continental.
ONDA GIGANTE
Quando se diz que uma onda de conservadorismo toma conta da Europa, diz-se, em verdade, que os europeus não acreditam mais
nas ideias vendidas pela esquerda como salvação da humanidade.
SEM ESCONDER O JOGO, APÓS A DERROCADA
Os petistas inveterados estão furiosos com Dilma, e não é para menos. Logo agora, que Lula tenta mostrar que o PT segue vivo e ele, pronto para voltar ao poder, a companheira confessa, na Suíça, que cometeu ‘grande erro’ ao desonerar as empresas. Abriu mão de impostos, reelegeu-se, mas afundou a economia.
OUTRO ESTADO
Pelo poderio econômico que tinha nas mãos, não é exagero afirmar que a Odebrecht era um estado dentro do estado brasileiro. E poderia ter ficado maior, não fosse a Lava-a-Jato.
SOB CÁLCULO
Temer, às vezes, parece, mas não é bobo. Seu projeto de reforma da Previdência chegou ao Congresso com ‘gordura proposital’. A lipoaspiração infundirá nos congressistas o sentimento de vitória.
TENTANDO FAZER TODO MUNDO DE BESTA
Malandro, Lula tenta politizar tudo: “Estou sendo vítima de um massacre”, disse ao chegar ao Tribunal em Brasília para depor. Não se deu conta de que, atualmente, o alvo de ‘massacre’ e ‘linchamento’ são os fora-da-lei justiçados pela população.
Primeira Edição © 2011