Qual o grau de honestidade das pessoas que nos cercam? A indagação é ousada, mas pertinente, porque ponto de partida para esta abordagem sobre os saques generalizados em Vitória. Diz a máxima popular, com exatidão irrefutável, que ‘a ocasião faz o ladrão’. Será? Tão axiomático assim? Vamos ao ponto.
A cidade chamada de Vitória vive dias de assustadoras derrotas. Com a Polícia Militar em greve – ou aquartelada, como os policiais grevistas preferem chamar – a capital do Espírito Santo regride aos tempos do vale-tudo do velho Oeste americano. Tiroteios, agressões, pilhagens. Desordem total. Regride, mas com ‘avanços’, pois não se tem notícia de invasões e saques em lojas, roubalheira coletiva, anarquia, nos tempos do ‘bang-bang’.
Mas a imagem que o clima de baderna evoca, em Vitória, é a de pessoas transitando pelas ruas, ordeiras e aparentemente bem intencionadas. De repente, alguém grita: “A Polícia entrou em greve”. E, como numa ação orquestrada, a turba dispara em direção a bancos, lojas, restaurantes, prédios públicos, supermercados, shoppings, escritórios e vão se apossando de tudo. Uns apenas furtando, outros empregando violência, agredindo, ameaçando e cumprindo as ameaças. Todos, entretanto, fazendo uma mesma coisa: roubando.
Ou seja, o cenário caótico em Vitória ensina, comprova, que as pessoas de bem convivem, o tempo todo, nas ruas e praças, no comércio e nas repartições, com bandidos, com ladrões de ocasião. Quando a Força Pública se imobiliza, os gatunos mostram a cara e se separam das pessoas honestas.
Agora, uma questão inarredável: quando deflagra uma greve, a Polícia Militar não sabe o que vai acontecer? Não tem consciência de que sua ausência produzirá assaltos, agressões, invasões de propriedade, saques, tiroteios e assassinatos? Não assume o risco de ocorrências mais do que prováveis? Não se trata, pois, de uma omissão dolosa e calculada? Então, como a Justiça e – por extensão, o Estado – deve tratar os militares grevistas?
NOVO RUMO
Nos tempos da ditadura e no início da redemocratização, a grande desgraça nacional era a inflação, que agora começou a despencar depois que Michel Temer assumiu deu novo rumo à economia.
MULHER-MACHO
Imagine o vexame no Espírito Santo. Lá, os PMs entram em greve, mas quem decide são suas mulheres. Após acordo para pôr fim ao motim, elas reagiram: “Acordo, sem nossa presença?”.
ROGÉRIO SURPREENDE REALIZANDO ‘INCERTAS’
Rogério Teófilo inova em Arapiraca: pelo Centro de Referência Integrado, iniciou visitas-surpresa às unidades de saúde do Município. Nesta primeira incerta, conversou com pacientes, ouviu suas queixas, e dialogou com médicos, diretores e funcionários. Em suma, supervisionou o Centro e se dispôs a prove-lo do que estiver faltando. O prefeito fará outras incertas para acompanhar de perto o funcionamento dos órgãos municipais.
ESQUECIMENTO
E a Vara da Fazenda Municipal, quando vai se manifestar sobre o pedido do Ministério Público Estadual para interdição do destroçado Mercado da Produção, no bairro da Levada?
AÇÃO EDUCATIVA
Ouvido na porta da Câmara de Maceió: “Pelo menos uma coisa funciona na Prefeitura: a equipe encarregada de ‘educar’ a população para digerir multas dos pardais e da zona azul”.
AFINAL: LULA É CULPADO OU INJUSTIÇADO?
Quando teve barrada sua nomeação para ministro da Casa Civil, Lula era visto como um ‘quase preso’. Opinião geral era de que sua ida para o Ministério de Dilma visava, unicamente, blindá-lo com prerrogativa de foro e, assim, impedir que fosse mandado para a cadeia. Bom, quase um ano depois, se Lula realmente tem culpa em cartório, por que ainda continua em liberdade?
CHOQUE DUPLO
Ninguém escapa. Se, por um lado, a classe média é convidada a pagar zona azul e multas de pardais, por outro a classe trabalhadora amargará reajuste nos ônibus a partir de março.
TODOS CALIBRADOS
Quando há jogo importante à noite, no Rei Pelé, os bares das cercanias ficam lotados a partir das 14 horas. Por aí se pode imaginar a condição dos torcedores ao entrarem no estádio.
TEM BODE NA SALA DA PREVIDÊNCIA
O projeto de reforma da Previdência está cheio de gorduras. São pontos críticos, indefensáveis, ali postos para negociação. Temer sabe, mais do que ninguém, que o Congresso não aprovará idade mínima de 65 anos para aposentadoria da mulher. Sabe também que não passa a exigência de 49 anos de contribuição para o trabalhador se aposentar com salário integral.
NOVO MINISTRO
Alexandre Moraes era filiado ao PSDB e até há pouco ministro de Temer. Terá, com esse perfil, independência para julgar, por exemplo, processos no STF envolvendo Aécio Neves e Temer?
PONTO CRÍTICO
O ponto crucial da composição do Supremo continua sendo a indicação de ministros por escolha pessoal do presidente da República. Por que não elegê-los com o voto dos magistrados?
QUINTELA GARANTE VIADUTO E TERMINAL DO PORTO
Duas obras prioritárias em Maceió têm o apoio do ministro dos Transportes, Maurício Quintella, para finalmente sair do papel: o viaduto da Polícia Rodoviária Federal, no Tabuleiro, e o terminal de passageiros do Porto de Jaraguá. Ambos encampados pelos senadores Renan Calheiros e Fernando Collor. O projeto do viaduto já tem R$ 16,7 milhões repassados para o Estado por iniciativa do ministro Quintella.