Aposentado diz ter encontrado no HGE segunda chance para viver

29/01/2017 15:45

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Agência Alagoas

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Quem ver o aposentado Moisés Barbosa da Silva, de 83 anos, não acredita que ele quase morreu com bradicardia, quando a frequência cardíaca fica muito lenta. Neste caso, devido a um bloqueio nos vasos sanguíneos que irrigam o coração. O jogo virou quando ele encontrou no Hospital Geral do Estado (HGE) a solução, que é um dispositivo que emite estímulos elétricos até o coração e garante a pulsação adequada: o marca-passo.

Pai de 15 filhos, Moisés já foi servente de pedreiro, pedreiro e comerciante. “Sempre gostei de estar ativo, trabalhando de alguma forma, nem que seja dentro de casa. Sou natural de São José da Laje, gosto de cuidar do meu quintal e resolver as coisas de casa. Com 50 anos de idade, descobri que sofro de hipertensão. Entretanto, não me cuidei como deveria. Mas encontrei no HGE uma segunda chance para viver”.

Os problemas de saúde se agravaram no dia 19 de dezembro de 2016, quando ele se sentiu muito cansado. “Eu já vinha percebendo o cansaço, mas nesse dia foi intenso. Fui socorrido e levado ao HGE. Eu achava que ia morrer, apesar de ser tranquilizado todo o tempo pela equipe que me recebeu. Depois dos exames, a notícia: meus vasos sanguíneos estavam bloqueados e eu necessitava de um marca-passo para não morrer”.

O aposentado lembra que quando passou mal ainda não existia o aparelho no HGE. “Minha filha peregrinou em todos os outros hospitais, não encontrou. Achou para comprar, mas era muito caro, não podíamos pagar. Até que certo dia um médico chegou e disse que o hospital iria iniciar o fornecimento do aparelho e meus olhos se encheram de esperança e alegria”.

Moisés foi o primeiro paciente do maior hospital público de Alagoas a receber o marca-passo através do Sistema Único de Saúde (SUS), no dia 13 de janeiro de 2017. O feito é resultado de um convênio firmado desde a criação da Unidade Hemodinâmica Dr. João Fireman, entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a Fundação Cardiovascular de Alagoas (Cordial) e o Hospital do Coração de Alagoas (HCor-AL).

“A unidade é a primeira instalada em hospital público em Alagoas e presta atendimento de urgência para pacientes infartados do SUS. Ela oferece procedimentos de alta complexidade, como: angioplastia primária, o cateterismo, marca-passo e implantes de stent. É de uma potencialidade gigante e relevante no restabelecimento da vida de vários alagoanos que antes não tinham acesso a esse cuidado. Seis já receberam o dispositivo, que pelo SUS cada operação custa de R$ 45 mil a R$ 50 mil, e a implantação de um marca-passo comum custa em média R$ 8 mil, pela tabela SUS”, destacou a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska.

O cirurgião cardiovascular José Kleberth Tenório Filho foi o médico responsável pela alta de Moisés. Ele recorda que o marca-passo de dupla-câmara foi implantado durante cirurgia sem intercorrências, com bons parâmetros de estimulação cardíaca.

“Antes da alta médica ele fez alguns exames, como o ecocardiograma e, a partir daí, percebemos uma evolução sem queixas, sem alterações contrárias as expectativas. Então orientamos sobre os cuidados que ele passa agora a ter em casa, indicamos os medicamentos e informamos sobre o dia para revisão em consultório”, recordou o médico.

“Em casa eu estou de repouso, pois a cirurgia está recente; mas sei que preciso reeducar minha alimentação, através do consumo de comidas e bebidas que melhorem minha saúde. O meu desejo é seguir firme com minha mulher, meus filhos, meus netos, meus bisnetos, meus amigos. Com muito sorriso no rosto”, conta Moisés.

Primeira Edição © 2011