Sindicato dos Agentes Penitenciários faz vistoria no Presídio do Agreste

05/01/2017 07:43

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Assessoria SINDAPEN-AL

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As constantes ameaças e crimes ordenados por perigosos bandidos que cumprem pena no sistema prisional em Alagoas a décadas tem preocupado servidores dos presídios, em especial os agentes penitenciários, responsáveis diretos pela segurança de cada preso.

A audácia de alguns apenados, que pagam altos valores para parentes e amigos ludibriarem a segurança e entrarem nas cadeias com aparelhos celulares, drogas e outros objetos, tem comprovado que mesmo presos muitos dos reeducandos estão dispostos até a matar dentro e fora do sistema.

Em Alagoas o sistema prisional – que a décadas padece de uma estrutura física precária e com poucos servidores concursados – é um ‘espelho’ do que acontece em outros estados.

Mas o problema é muito maior do que a sociedade sabe. Fatos semelhantes ao massacre acontecido no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), onde 56 pessoas, em sua maioria reeducandos, foram mortas – friamente analisados – também podem acontecer em Alagoas.

Preocupados, diretores do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen-AL), iniciaram uma vistoria nos presídios, iniciando pelo do Agreste, na Zona Rural de Girau do Ponciano, Agreste alagoano.

Lá, a presença do Estado é mínima e quem trabalha no único presídio terceirizado em Alagoas não esconde que corre todos os riscos.

“Faltam agentes penitenciários concursados. A empresa que venceu a licitação mantém seus empregos nas áreas administrativas e na segurança nos reeducandos, mas avaliamos que ainda é pouco. O governador Renan Filho tem de se convencer em promover um certame e aumentar, corretamente, essa ociosidade do número de agentes. É perigoso e inadmissível sete pessoas tomarem conta de quase 900 presos. Ainda não aconteceu um massacre unicamente pela benção de Deus, mas não podemos subestimar o dia de amanhã”, disse o presidente do Sindapen, Kleyton Anderson.

Já o vice-presidente do Sindicato, Petrônio Lima avalia que o governo deve estender o projeto de horas extras para o Presídio do Agreste.

“O Estado tem de estender as horas extras também para o Agreste. Não é a solução, mas diminuirá a tensão”, falou Petrônio.

Ele também acredita que um concurso para agentes penitenciários será um marco para que as temeridades sejam sufocadas.

“O governo de Renan Filho pode ficar na história se promover um concurso público. Assim muitos crimes ordenados de dentro dos presídios vão poder ser evitados, porque teremos condições de melhor fiscalizar, garantir a segurança dos próprios presos e até combater qualquer tentativa de fugas ou motins”, avaliou Petrônio Lima.

Nesta quinta-feira (5), diretores do Sindapen promovem uma reunião com os funcionários do Presídio do Agreste, quando serão expostos outros problemas enfrentados por eles no cotidiano de suas obrigações.

Mortes no passado

No ano de 2005 reeducandos do antigo Presídio São Leonardo, em Maceió, promoveram uma rebelião que terminou com dois mortos e 14 feridos. Um dos mortos teve a cabeça cortada e atirada para fora da prisão.

 

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