Herói ou bandido?

16/09/2016 21:23

A- A+

Romero Vieira Belo

compartilhar:

O Brasil não teria mudado, em definitivo, não fosse pela  ‘santa insanidade’ de Eduardo Cunha, ao aceitar o pedido de abertura do impeachment de Dilma Rousseff. Temer não teria assumido o governo, sequer interinamente, e o Brasil estaria em marcha inexorável rumo ao abismo de uma crise trágica, infindável.

Não importa o motivo, a força motriz que ativou o então presidente da Câmara dos Deputados a tomar a histórica decisão que livraria o Brasil da iminente ditadura partidária e, de quebra, desmontaria todo o esquema de aparelhamento do estado, com o qual Lula e seus sequazes contavam para se perpetuar no poder.

Como protagonista de atos díspares, Eduardo Cunha tem que ser visto como detentor de múltipla personalidade: nele, conviveram o falsário que enriqueceu com dinheiro de fontes obscuras e o parlamentar audacioso que, contrariando os interesses do universo petista, ousou iniciar o processo que derrubaria Dilma e afastaria do poder milhares de ‘vidas mansas’ e ‘mamateiros’.

O Brasil, a nação brasileira, não se lembrará do Cunha que abriu contas bancárias na Suíça e, bobamente, negou-as perante o Conselho de Ética da Câmara, erro fatal que acabaria por ensejar a cassação de seu mandato. O Brasil, cheio de gratidão, lembrará o ‘tresloucado’ que, desafiando os ‘donos do poder nacional’, mandou Dilma de volta para os pampas e libertou a nação de um projeto de poder que estava conduzindo o Brasil a uma derrocada sem volta.

Assim agiu, em outro momento – e também por vias oblíquas – o ex-deputado Roberto Jefferson, o audacioso petebista fluminense que, impondo-se a própria imolação política – denunciou o mensalão, o esquema com o qual o presidente Lula comprava votos no Congresso Nacional. Pelo que ousaram fazer em momentos distintos da vida brasileira, Cunha e Jefferson serão lembrados não como bandidos, mas como homens de rara coragem, homens que, cada um a seu modo, ajudaram a salvar o Brasil da desgraça total.

 

QUE VITÓRIA?

A cassação de Eduardo Cunha foi festejada pelos petistas como uma vitória. Mas, que vitória? Graças a Cunha, o PT perdeu o governo federal. Esta, sim, foi uma vitória retumbante. Do povo.

 

SENTIDO DA DECISÃO

Num Congresso com mais de um terço dos membros respondendo a processos na Justiça, a cassação de Cunha pareceu um ato de probidade, mas foi, de fato, um “tira esse lazarento pra lá”.

 

DEPOIS DA RESSACA PÓS-CASSAÇÃO DE CUNHA

Bom, Eduardo Cunha agora é ‘página virada’, mas, após a ressaca dos que votaram sua degola, vem a grande indagação: quem vai figurar no livro que o ex-deputado prometer escrever e lançar até novembro? Tem mais: e se Cunha, todo documentado, resolver abrir o gibi numa delação premiada perante o juiz Sérgio Moro?

 

NOVA REPÚBLICA

Depois de implantar a ‘república da vida fácil’, que durou treze anos e meio, a militância petista acaba de instaurar a ‘república do boato’. Vai funcionar até que a ‘população alvo’ manje a malandragem.

 

E TOME BOATO

Afinal, por que Temer iria mandar projetos para o Congresso Nacional extinguindo direitos trabalhistas? Em outras palavras: o que o presidente ganharia afetando milhões de trabalhadores?

 

SILVÂNIA: AÇÃO COM ÉTICA E DETERMINAÇÃO

Quando se trabalha com dedicação e espírito público, a sociedade reconhece. Pois é com esse mérito e a bandeira ‘amizade acima de tudo’ que a vereadora Silvania Barbosa tem recebido cada vez mais adesões ao seu projeto de reeleição. Trabalhando com ética e compromisso, Silvania tem se destacado, principalmente, por suas ações em defesa da Região Sul de Maceió, que compreende os bairros do Vergel, Ponta Grossa, Prado, Trapiche, Pontal, Virgem dos Pobres, Levada e adjacências.

 

MUITO RUIM

Claro que a comunicação social do Temer é fraca. Ele próprio errou feio ao menosprezar os protestos pós-impeachment. Poderia ter dito: “Os atos são legítimos, desde que não descambem para a violência”.

 

TEMPO DETERMINADO

Agora, é evidente que não há nem haverá multidões nas ruas. Protestos isolados, tudo bem, mas sem dimensão. Logo, a turma cansa, abandona a pirraça e o país volta à sua normalidade.

 

OLHA QUEM FALA SOBRE ‘DESGRAÇA’

Colin Powell, ex-secretário de Defesa dos EUA, no governo do amalucado George Walker Bush, diz que o candidato republicado Donald Trump “é uma desgraça”. É, pode ser. E que nome ele acha que deveria ser atribuído aos bombardeiros que destruíram completamente o Iraque sob seu próprio comando?

 

DE MAL A PIOR

O deputado Paulão, que já está mal na campanha à Prefeitura de Maceió, tende a piorar com a saída do PT do governo Renan Filho. Política se faz somando, nunca diminuindo. Elementar.

 

INGRATIDÃO

Os petistas chateados com o governador Renan Filho esquecem que, não fosse pelo gesto corajoso do senador Renan, Dilma estaria hoje impedida de aspirar a qualquer cargo público.

 

MERA QUESTÃO DE ENFOQUE

Veja o que é enfoque midiático: “Forçado pelas circunstâncias, Temer nomeia primeira mulher para ministério” – publicaram alguns jornais. Ora, forçado por quê? Ou o presidente estava impedido de nomear um homem para a Advocacia Geral da União? Pela lógica e pelo ato, ele nomeou Grace Mendonça porque quis.

CONFRONTO

Primeira Edição © 2011