A nova política salarial

26/06/2016 19:11

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Romero Vieira Belo

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A nova política salarial

Por força do acordo proposto pelo governo federal, envolvendo as dívidas dos estados para com a União, o Ministério da Fazenda pretende adotar uma nova política salarial, tendo como parâmetro a concessão de reajuste, sempre, atrelado à inflação do ano anterior. É o que já foi anunciado, o governo bateu o martelo. O que está claro é que a União, ao suspender o pagamento dos juros da dívida por seis meses, vai exigir uma contrapartida: os estados terão que cumprir um limite de gastos com pessoal.

A exigência tem suas variantes e uma delas prescreve que nenhum estado incluído no acordo das dívidas poderá conceder reajuste salarial diferenciado, como ocorre atualmente, mas amplo e geral, beneficiando as categorias em todo seu conjunto. Não está definido, por enquanto, se a correção salarial será feita com base na inflação cheia do exercício anterior ou se haverá um limite-percentual, considerando que o processo inflacionário nunca abrange todos os produtos e serviços.

É esperar para ver como virá, em detalhes, a política do governo federal resultante desse acordo entre União e estados, o que deve se dar no bojo de uma PEC de limite de gastos. É o ideal? Não, mas pode ser positivo: primeiro, se cada estado de fato puder corrigir os salários de seus servidores com base na inflação; segundo, se exigência de reajustes abrangentes for para valer, pois assim deixam de existir segmentos funcionais privilegiados.

O ideal, na verdade, seria que União, estados e municípios adotassem uma mesma política salarial, vinculada à inflação, de modo a preservar a remuneração dos trabalhadores, sem, contudo, adotar-se a indexação, sob o risco de se produzir aumentos em cadeia, de preços e salários, como nos tempos da hiperinflação.

 

UMA VERGONHA

Em termos financeiros, a Copa do Mundo foi um escândalo, mas Lula e Dilma acharam pouco e trouxeram os Jogos Olímpicos para o mundo conhecer de perto a falência do Rio de Janeiro.

 

PÉS NO CHÃO

Nos anos 80, a Fifa ofereceu ao Brasil a chance de sediar a Copa do Mundo. João Figueiredo, general-presidente, sentiu que não dava, não havia dinheiro, e declinou polidamente do convite.

 

ESTRATÉGIA PARA CÍCERO ALMEIDA

De um eleitor se definindo como ‘saudosista’: “O Cícero Almeida não tem que passar o mapa pra ninguém, revelando seus apoios e suas alianças, antes das convenções. Sua estratégia deve ser o silêncio, o trabalho de formiguinha, o corpo-a-corpo sem alarde. Quando o horário gratuito começar, aí, sim, é partir para o confronto final na base do ‘vamos ver quem fez o quê”.

 

NÃO DÁ MAIS

Essa história de dizer que a Polícia Federal citou Fulano ou Beltrão, nos mergulhos da Lava-Jato, não vale mais. O que importa saber é quem, no cenário político, ‘não foi citado’.

 

VALE TUDO

Bastou Renan Calheiros anunciar que ia levar para exame os pedidos de impeachment contra Rodrigo Janot, e logo a mídia noticiou que o senador estava ‘ameaçando’ o procurador-geral.

 

MANO PODE DISPUTAR PREFEITURA DE UNIÃO

Em União dos Palmares, o ex-governador Manoel Gomes de Barros estuda o cenário para decidir se entra ou não na disputa sucessória. Ao colunista, em recente conversa, em Maceió, Mano não confirmou nem descartou sua candidatura. “Estamos vendo, estamos estudando a situação”, limitou-se a dizer. Nos últimos 30 anos Mano tem sido o político mais influente de União.

 

É SÓ O COMEÇO

Fim da Lava-Jato? Brincadeira. Pelo que se vê atualmente, a bombástica operação agora é que está começando. Na rede, em vez de lambaris, estão abundando pintados e albacoras.

 

‘DRAMA’ DA SENADORA

Pior para Gleisi Hoffmann, a senadora petista que viu o fantasma virar monstro real e, agora, vive o drama de saber que o marido, Paulo Bernardo, está na cadeia, acusado de bandidagem.

 

HÁ MUITO TEMPO NÃO HAVIA TANTA CALMARIA

E o rolo-compressor, a onda de protestos ruidosos, que os órfãos de Dilma prometeram para a fase do impeachment? Ficou na largada com quatro gatos pingados gritando ‘é golpe’ e ‘fora Temer’. Nem a queda de ministros gerou ânimo nos petistas, pois serviu para mostrar que Temer é diferente em seu estilo de agir: quem for citado na Lava-Jato não terá vez no governo.

 

BOM DEMAIS

Está saindo barato. O cara forma quadrilha, desvia dinheiro público, faz todo tipo de falcatrua e, lá adiante, delata os comparsas, anulando sua pena e ganhando a liberdade.

 

O VALE TUDO

Delação premiada com o acusado preso é discutível. Afinal, depois de condenado, já em cana, o corrupto é capaz de tudo para sair da prisão. E nem sempre prova o que embute na delação.

 

SEM MOTIVO PARA COMEMORAÇÃO

Os petistas – os que ainda exibem ânimo para esboçar alguma reação – até que pensaram em acusar Michel Temer por causa da queda do ministro Henrique Eduardo Alves. Mas, como comemorar, se o político potiguar antes de ingressar no governo Temer, foi ministro da presidente Dilma?

 

 

Primeira Edição © 2011