“Senado foi pego de surpresa”, diz Renan

Investigado pela Lava Jato, senador não fala se também teme ser preso

25/11/2015 13:15

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Marcel Frota - Folha Online

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, no início da tarde desta quarta-feira (25), que recebeu com surpresa a prisão do líder do governo na Casa, Delcídio do Amaral (PT-MS). O petista foi detido durante a manhã em um hotel em Brasília.

Renan afirmou em coletiva de imprensa que foi informado da ação da Polícia Federal nas primeiras horas da manhã pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O Senado decidirá, de acordo com a Constituição Federal, sobre a revogação ou não da prisão do líder do governo, em até 24 horas.

“Pegou de surpresa porque não havia sequer investigação formal contra o senador Delcídio Amaral, mas nós ainda não temos as informações todas das investigações. Vamos aguardá-las e em seguida vamos ouvir os líderes e a Mesa do Senado Federal e decidir o que fazer”, disse o presidente do Senado. “Vamos aguardar que o STF mande as informações para o Senado e o Senado, por sua maioria, decidirá de acordo com sua necessidade."

Embora o prazo para que o Supremo Tribunal Federal envie ao Senado as informações sobre a prisão de Delcídio seja de 24 horas, Renan afirmou que a corte pretende antecipar o envio desse material para que os parlamentares possam apreciá-lo.

“Acho que isso é muito bom. Vamos aguardar as informações e o Senado, por sua maioria, vai decidir o que fazer”, resumiu Renan.

Renan evitou se aprofundar sobre o caso e até sobre quaisquer tendências políticas a respeito da votação do Senado relacionada à prisão de Delcídio. Ao Senado caberá, de acordo com a Constituição Federal, a decisão sobre a revogação ou não da prisão do líder do governo. “Precisamos conhecer as informações e a caracterização da prisão. Se houve flagrante, se não houve. O que na verdade ensejou mesmo a prisão. Se as provas são legais. Mas essa decisão não será tomada por mim, ela será tomada pela maioria do Senado Federal”

O presidente do Senado não respondeu se ficou ou não com medo de ser preso também com o precedente aberto a partir da prisão de um senador no exercício do mandato. Renan foi citado pelo ex-diretor da abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Costa afirmou que Renan teria um representante que negociou com ele o suposto pagamento de propinas.

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