Vaticano expulsará da Congregação sacerdote que declarou ser gay

03/10/2015 06:33

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EFE

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O padre polonês Krzysztof Charamsa, oficial na Congregação para a Doutrina da Fé, não poderá continuar no organismo após declarar sua homossexualidade publicamente, revelou neste sábado o porta-voz vaticano, Federico Lombardi.

Em entrevista publicada hoje no jornal "Il Corriere della Sera", o de maior tiragem nacional, o padre afirma que é gay, que tem um companheiro sentimental e que sente orgulho disso.

As declarações de Charamsa são "muito graves e irresponsáveis", inclusive por terem sido feitas na véspera do Sínodo Ordinário para a Família, indicou Lombardi em comunicado.

"Cabe assinalar que - apesar do respeito que merecem os fatos, as circunstâncias pessoais e as reflexões sobre eles, a escolha de declarar algo tão clamoroso na véspera da abertura de Sínodo é muito grave e irresponsável", disse Lombardi.

Neste sentido, o porta-voz assinalou que estas declarações provavelmente "submeterão a assembleia sinodal a uma pressão midiática injustificada".

Quanto ao seu futuro no organismo da Cúria, onde está integrado desde 2003, Lombardi assinalou que "certamente não poderá continuar desempenhando as tarefas na Congregação para a Doutrina da Fé e nas universidades pontifícias", onde dava aulas.

Outros aspectos de sua situação, segundo Lombardi, "competem a seu ordinário diocesano".

Charamsa afirmou hoje nas páginas do "Il Corriere della Sera" que não se importa com as consequências de sua revelação.

"Quero que a Igreja e minha comunidade saibam quem sou: um sacerdote homossexual, feliz e orgulhoso da minha identidade. Estou preparado para pagar as consequências, mas é o momento para a Igreja abrir os olhos e compreender que a solução que propõe, a abstinência total da vida do amor, é desumana", defendeu.

O Sínodo Ordinário de Bispos para a Família, que acontecerá até o próximo dia 25 de outubro, aonde prelados de todo o mundo debaterão temas como o tratamento aos divorciados e aos homossexuais.

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