No ano em que comemora 40 anos de fundação, a Federação Alagoana de Judô (FAJU) ganhou um verdadeiro presente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ): em outubro, Maceió vai sediar o Campeonato Brasileiro de Judô – categoria sênior, a mais importante do esporte no país, com a presença de atletas da seleção.

Contudo, é no trabalho diário com os atletas alagoanos que se deu a grande conquista dessas décadas de atuação da federação. A FAJU trabalha com três objetivos estratégicos: a difusão do judô, o fortalecimento do conceito de “esporte de rendimento” e a inclusão social. Desde 2013, um projeto mantido em parceria com a Braskem e a Secretaria de Estado do Esporte, Lazer e Juventude contempla com aulas gratuitas de judô para 80 estudantes da rede pública de ensino, que moram nos bairros vizinhos ao Centro de Treinamento (CT) da Federação.

O projeto “Novo Judô Alagoas” atende meninos e meninas de 08 a 14 anos dos bairros do Feitosa, Jacintinho, São Jorge e arredores – o CT fica localizado na Avenida Governador Lamenha Filho – que praticam judô depois das aulas escolares. Para participar, o jovem basta apresentar o comprovante de matrícula escolar  à FAJU e conferir disponibilidade de turmas. Porém é preciso manter a disciplina na escola e no tatame para continuar treinando.

“O nosso projeto social é uma parte do que fazemos de difundir o judô como esporte, uma alternativa de lazer e também uma arte marcial com todos seus fundamentos e disciplina. A Braskem e a Secretaria de Esporte nos ajudam a manter esse projeto e também apoiam outras iniciativas nossas, como organização de campeonatos locais ou participação em torneios fora do estado”, disse Nilson Gama, presidente da Federação Alagoana de Judô.

Recentemente uma viagem foi bastante comemorada no Centro de Treinamento da FAJU. O aluno Luís Carlos Santos Silva participou, no começo de agosto, do Campeonato Brasileiro Sub-15, no estado do Mato Grosso, tornando-se o primeiro atleta formado no projeto social a participar da fase final de uma competição nacional.

“Ele não ganhou medalha, mas  ganhou  muita experiência e deu o primeiro passo para participar de grandes competições e outros campeonatos brasileiros. Outros alunos do projeto já participaram de campeonatos regionais, contudo foi Luís Carlos, que chegou mais longe. São etapas do processo do iniciante que busca o esporte de rendimento, que é outro ponto que trabalhamos”, comemorou Nilson Gama.

No entanto, o presidente diz que, apesar de todas as evoluções, Alagoas e a FAJU ainda não possuem um espaço físico estruturado para a preparação dos atletas de alto rendimento. “Chega um momento em que não conseguimos manter os atletas aqui e eles vão para outros estados, como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O judoca alagoano Gabriel Mendes, que também foi apoiado pela Braskem, foi para o Flamengo por essa razão. Ele deu continuidade aos treinos lá e quase chegou à seleção brasileira na seletiva para as Olimpíadas”, completou o Nilson.

Campeonato nacional

Em 26 de janeiro de 1975, a FAJU obteve o reconhecimento por parte da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), e a comemoração dos 40 anos está se estendendo pelo ano inteiro. Em 10 e 11 de outubro, Maceió vai sediar a disputa da categoria sênior do Campeonato Brasileiro de Judô, seguido, nos dias 13 e 14, por um “Treinamento de Campo”, que será aberto a todos os atletas inscritos na competição.

“É um momento importante, de socialização e interação entre judocas de todo o país e também atletas da seleção brasileira, que a CBJ já nos confirmou que vão prestigiar o evento. É um grande presente que Alagoas recebe e a Federação está muito feliz em poder coroar seu aniversário de 40 anos com um evento desse porte”, afirmou Nilson Gama.

O judô destaca-se frente a outros esportes olímpicos no Brasil por ser a modalidade com o maior número de medalhas em Olimpíadas – 12, no total – e o único esporte a ter atletas no pódio em todas as edições dos jogos desde 1984.