Movimentos do campo tomam as ruas de Maceió para cobrar Reforma Agrária

03/08/2015 07:42

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Assessoria

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A cidade de Maceió amanheceu tomada por movimentos de trabalhadores rurais Sem Terra, que se concentram na Praça Sinimbu desde as primeiras horas desta segunda-feira (03/08). Os milhares de camponeses voltam a cobrar do governo a realização da política de reforma agrária, que, segundo criticam, está totalmente paralisada. Eles reivindicam a destinação das terras do grupo João Lyra para assentamentos.

No início de julho, uma mobilização iniciou a negociação com o governo e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), exigindo a desapropriação das terras do grupo João Lyra e a criação de assentamentos para as famílias ora acampadas. “Queremos fazer cumprir a função social da terra, princípio constitucional que orienta a destinação à Reforma Agrária de imóveis rurais que não produzam, ou ainda que possuam dívidas”, salienta José Roberto, uma das lideranças.

As terras do grupo João Lyra são reivindicadas devido à recente declaração de falência do mesmo, deixando milhares de trabalhadores na Zona da Mata sem alternativa de trabalho. Segundo a Constituição, não somente aquelas terras improdutivas, mas também as que confrontam as legislações ambiental e trabalhista devem ser vistoriadas pelo Incra, desapropriadas e destinada à Reforma Agrária.

Com a situação calamitosa de mais de 10 mil famílias vivendo sob a lona preta em Alagoas, os trabalhadores formam uma aliança unitária no campo até então nunca vista. São organizados na Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Terra Livre e Via do Trabalho.

Além das mobilizações a nível local, em todo o país, no início do mês de agosto, diversas mobilizações põem em cheque a paralisia da Reforma Agrária, intensificada com o ajuste fiscal do Governo Federal, que cortou quase pela metade dos recursos destinados a Reforma Agrária, deixando o compromisso político acordado no início do ano de assentar 120 mil famílias Sem Terra em todo o país cada vez mais distante de sua realização, enquanto o agronegócio tem um aumento significativo de investimento federal.

Para os movimentos, a estagnação da Reforma Agrária é o principal fator da insegurança e aumento de tensões e conflitos por terra no Brasil. Os militantes organizam acampamento para tomar as ruas de Maceió com uma série de mobilizações, a partir desta segunda.

Primeira Edição © 2011