Médicos do PAM paralisam e Rui mantém ponto digital

O centro da discórdia é a falta de estrutura e condição de trabalho, mas ponto biométrico também é questionado na paralisação.

03/08/2015 06:29

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Jornal Primeira Edição

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A palavra de ordem (o centro da discórdia) é ‘condições de trabalho’, mas a causa real da insatisfação de médicos e trabalhadores do PAM Salgadinho é o ponto biométrico. Primeiro, foram os médicos, que decidiram paralisar; neste final de semana, os servidores de apoio também resolveram cruzar os braços, anunciando uma paralisação de 72 horas a partir desta segunda-feira, 3 de agosto.

Durante a semana, informado sobre a mobilização, o prefeito Rui Palmeira (PSDB) reagiu assegurando que o PAM não suspenderia o atendimento à população. Antes, quando os médicos se insurgiram pela primeira vez, o prefeito já havia questionando: “Não entendo essa posição, adotada somente agora, depois que adotamos a frequência pelo registro biométrico”.

Neste domingo, em contato com a Rádio Gazeta, o sindicalista Cícero Lourenço, do Sindprev, anunciou a paralisação dos servidores para chamar a atenção da sociedade para a falta de condições de trabalho no PAM, mas referiu-se, assim como os médicos haviam feito, ao ponto digital.

Em recente coletiva, o presidente do Sinmed, Welington Galvão, disse que tinha encaminhado ao Ministério Público Estadual um documento contendo todas as informações e imagens comprovando falhas na estrutura do PAM, o que estaria comprometendo o atendimento à população.

O prefeito Rui Palmeira já possui medidas para serem adotadas caso os médicos que atuam no PAM Salgadinho iniciem de fato a greve a partir desta segunda-feira. O gestor disse, na quinta-feira (30) que se o movimento grevista não tiver respaldo legal para ocorrer, os grevistas terão o ponto cortado durante os dias em que estiverem parados.

Rui reagiu com estranheza e durante a solenidade de posse dos novos membros do Conselho Municipal de Economia Solidária afirmou que a retaliação dos médicos tem chances de ser decorrente da instalação do ponto eletrônico na unidade de saúde.

“Mesmo com a greve, não vamos abrir mão do ponto eletrônico. Se o movimento não tiver respaldo jurídico, iremos cortar o ponto dos grevistas. A população não pode ser penalizada. Creio que as denúncias e o anúncio da greve tenham como motivo a instalação do ponto, mas vamos colocar ponto nas demais unidades de saúde assim como já estamos realizando em outros órgãos da administração municipal”, disse.

Sobre os problemas estruturais, Rui voltou a reconhecê-los e disse que a prefeitura irá resolver. “Eles [problemas] estão no PAM há mais de 20 anos. Não vejo outra justificativa para a denúncia se não uma retaliação ao ponto eletrônico”, afirmou o prefeito.

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