Sonnen: "Se eu fosse o presidente do UFC, José Aldo perderia seu cinturão"

04/07/2015 05:53

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Combate.com

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A vida de José Aldoo no UFC não será fácil daqui para frente. Pelo menos essa é a opinião de Chael Sonnen. O hoje comentarista de MMA da TV americana disse, em entrevista ao site "MMA Junkie", que, na sua opinião, a organização não deverá ter pressa em colocar o brasileiro novamente no octógono.

- Não acho que o UFC terá qualquer pressa em botar José Aldo para lutar de novo. Como ele é o campeão, eles terão que fazê-lo. Mas ele deixou o UFC na mão cinco vezes. Quanto antes você conseguir tirar o cinturão dele e não lhe dar a chance de tentar reconquistá-lo, melhor. Além de ter saído de cinco lutas de título, ele é o pior campeão em termos de carisma do UFC.

Sonnen atacou duramente a escolha de Alcides Nunes para treinar com Aldo, por julgar que o peso-leve não poupou o campeão, aplicando um golpe perigoso e que é difícil de ser controlado durante um treino de sparring. Para Sonnen, Nunes não seria "confiável".

- Você precisa confiar nos seus companheiros de treino. Se eu estiver fazendo sparring com um companheiro e ele tiver esquecido seu protetor bucal, isso não será um problema. Jamais o farei perder um dente. Treinando comigo, ele sai do jeito que entrou. Ele pode confiar em mim. Esse é o tipo de cara que se quer ao seu lado para treinar. Claro, acidentes acontecem, e o que aconteceu com Aldo pode ser um deles. Mas foi um chute rodado no tórax. Esse é um golpe muito difícil de se controlar - e é por isso que não se pratica cotoveladas nos treinos. Se apenas uma acertar, e de leve, você terá que levar pontos. Há certas coisas que não se faz com um companheiro de treinos. Essas coisas você deixa para o saco de areia e os bonecos. Não entendo como algo assim pode ter acontecido a 10 dias de uma luta pelo cinturão.
 

O falastrão também estranhou o que ele julgou serem "fatos estranhos" que aconteceram na equipe Nova União, que ele classificou como bem-sucedida, mas um desastre quando se fala em organização.

- Eu jamais cogitei deixar uma luta, por motivo algum. Ainda mais sendo uma luta de título. E Aldo já fez isso cinco vezes. Podem colocar um cinturão interino em jogo, talvez seja a coisa certa a se fazer. Mas, se eu fosse o chefe, ele perderia o seu cinturão. A coisa toda é muito estranha. Aldo vive falando que quer subir para o peso-leve, seu treinador já disse que vai parar de ficar no corner dos seus atletas, e o companheiro que o machucou praticamente fez um tour de mídia no dia seguinte contando como o lesionou, como deu o chute, descrevendo o campeão chorando no chão, quase querendo se promover. É tudo muito estranho. Eu não me imagino trabalhando com um cara que dá chutes que podem quebrar a minha costela. Não treinaria uma segunda vez com ele. E, se ele fizesse um tour de mídia se promovendo e contando como me lesionou e como eu fiquei, chorando e sem poder me levantar, definitivamente ele não seria meu companheiro de equipe. Eles, da Nova União, têm muito sucesso, mas são um desastre pelo que lemos.

Sonnen finalizou a entrevista elogiando Conor McGregor , e disse não entender o que motiva José Aldo a lutar. Ele também lamentou que o brasileiro tenha perdido o que ele considera "a chance da sua vida".

- Conor fez tudo certo, e Aldo fez tudo errado - como sempre faz. Ele é o campeão menos confiável da história do UFC. Os números não mentem. Ele é o pior cara para se colocar para defender o seu cinturão. Nunca conseguiu ganhar um bônus de pay-per-view porque jamais atingiu nenhuma meta de vendas. Pode parecer um insulto a Aldo, mas ele é o número um peso-por-peso do mundo. E se eu votasse no ranking do UFC, também o colocaria nessa posição. Mas o que o motiva lutar eu não sei. Dinheiro certamente não é. Alguém até poderia pensar que é, porque cada entrevista que ele dá tem uma reclamação sobre o seu salário. Aldo tinha a chance de ganhar US$ 3,5 milhões. Bastava bater o peso, colocar o protetor bucal e ir para o octógono ao som da sua música de entrada, mas ele escolheu não fazê-lo. Eu sei que uma fratura de costela é uma das piores dores que se pode ter, mas era a hora de ele ser durão, ir lá e fazer a melhor luta de sua vida. Era a sua chance. Foi muito parecido com a minha luta contra Anderson Silva. Ele também era um campeão sem apelo, e teve em mim um rival que o tornou interessante. O mundo de Aldo teria mudado após o dia 11, ganhando ou perdendo. Acho que ele venceria, mas mesmo perdendo ele estaria no mapa. E ele perdeu essa chance.

Primeira Edição © 2011