A maior aposta do companheiro Lula

25/05/2015 10:12

A- A+

Redação

compartilhar:

A política é assim. O Brasil caiu no abismo, um rombo financeiro sem medida, e o ex-presidente Lula, indiferente ao cenário de guerra que está aí, só pensa em uma coisa: reconquistar a presidência da República em 2018. Lula aposta na memória fraca do brasileiro e acredita piamente que, se o buraco não crescer ainda mais, daqui a alguns meses não se falará mais em crise.

Ora, para quem está tentando, ao mesmo tempo, escapar do epicentro dos escândalos de corrupção, refazer a imagem do PT moralmente decomposto e torcer pelo ‘sucesso’ apenas parcial do ajuste fiscal, ouvir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmar, em rede nacional de televisão, que a bandalheira começou no governo que precedeu o de Dilma, nada poderia ser mais indigesto. Por isso reagiu afirmando que FHC não tem o direito de ir para a televisão dizer ‘bobagem’.

Bom, não se sabe o que Lula quer dizer com ‘ bobagem’, mas todos sabem – e o próprio, é claro – que o mensalão, considerado o pai de todos os escândalos, foi gestado, nasceu e cresceu durante o primeiro governo de Luiz Inácio. Ou não?

Além disso, as denúncias e os documentos coletados pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, indicam que o esquema do petrolão, que desviou bilhões de reais da Petrobras, também surgiu entranhando na gestão de Lula, embora tenha assumido uma dimensão superlativa durante a gestão de Dilma.

Compreende-se que Lula reaja sempre que citado no meio desses escândalos monumentais. Mas só um microcéfalo poderia inferir, por exemplo, que o ex-presidente nada sabia sobre o mensalão. Até porque, se não sabia, com Zé Dirceu em gabinete vizinho ao seu no Palácio do Planalto, era um tolo, um inocente, incapaz, portanto, de ser presidente da República.

 

EFEITO BENÉFICO

A emenda originária da PEC da Bengala foi aprovada para tirar poderes de Dilma. Verdade. Mas também vai gerar grande economia, se o dispositivo valer para todas as instâncias.

 

EFEITO BENÉFICO 2

Seguinte: com a ampliação do limite de idade para aposentadoria, de 70 para 75 anos, União, estados e municípios deixarão de contratar milhares de servidores para substituir aposentados.

 

O GOVERNO, A CPMF E O FATOR PREVIDENCIÁRIO

O governo federal insiste com a tese de que o fim do fator previdenciário arrebentará o sistema, ameaçando as aposentadorias atuais e futuras. Pode ser. Mas o governo petista também trombeteou que, extinta a CPMF (o imposto do cheque) a saúde pública implodiria. E isso não aconteceu. Portanto...

 

SÓ JOGO DE CENA

O ajuste fiscal de Dilma é só um jogo de cena. Com ele, tenta-se vender uma austeridade que não existe. O ajuste é um pingo de água no oceano dos juros que o Brasil vai pagar só este ano.

 

AÉCIO TRAIDOR

Os mais radicais (da oposição) já acusam Aécio Neves de ‘traição contra o Brasil’, por não encampar a tese do impeachment da presidente Dilma, que vai continuar sangrando até 2018.

 

UM MINISTRO SEM PAPAS NA LÍNGUA

Com Marco Aurélio Mello, nunca houve subterfúgios, nada de tergiversar, nem de evitar a mídia. O ministro (indicado por Fernando Collor no início dos anos 90) tem honrado o Supremo Tribunal Federal, que já presidiu, com decisões equilibradas e opiniões corajosas, com absoluta transparência, como destacou o governador Renan Filho durante a homenagem de sexta-feira no auditório do Tribunal de Contas de Alagoas.

 

JUSTA CAUSA

Servidores federais do Poder Executivo começam a se mobilizar em defesa de reajuste salarial. Todos, com razão, de olho na mega reposição anunciada para os funcionários do Judiciário.

 

NEGÓCIO DA CHINA

E a Dilma anda saltitante com a promessa da China de investir R$ 53 bilhões no Brasil. A questão é saber ‘quando’ a grana chegará e o que os chineses vão exigir em retribuição aos seus aportes.

 

ECONOMIA BRASILEIRA EM QUEDA LIVRE

Segundo projeção do FMI, o Brasil ingressará em 2016 como a 8ª economia do mundo, perdendo para a emergente Índia o posto que hoje ocupa. Vale anotar que, se a União Soviética ainda existisse, o Brasil cairia para a sétima colocação, ficando atrás dos Estados Unidos, Japão, China, Alemanha, Inglaterra e França.

 

NEM O TIME GLOBAL.

A megalomania ainda é a grande marca da Petrobras, apesar da roubalheira bilionária. Veja o número: o setor de comunicação da estatal emprega 1.1546 jornalistas. Nem as Organizações Globo.

 

ESTEVAM, O RECORDISTA

O ex-senador Luiz Estevam deve, logo logo, figurar no livro dos recordes. O empresário responde a nada menos do que 131 processos, a grande maioria relativa a crimes contra a economia.

 

A DERROCADA DO IMPÉRIO JL

A intervenção no Grupo João Lyra foi desastrosa. A emenda, lamentavelmente, saiu pior do que o soneto. O império industrial está se decompondo, dentre outras coisas, pela incompetência gerencial dos administradores nomeados. Uma lástima.

 

Primeira Edição © 2011