Cesmac inicia especialização de Saúde Indígena em Delmiro Gouveia

Jorge Vieira – jornalista

O Centro Universitário CESMAC, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, inicia no dia 22 de maio, pela primeira vez o curso de especialização latu senso em Saúde Indígena no município de Delmiro Gouveia, alto Sertão de Alagoas, com cursistas indígenas e profissionais da área de saúde, educação, engenharia e assistência social, oriundos dos estados de Alagoas, Pernambuco, Bahia e Sergipe.

O Nordeste, segundo demonstram dados históricos, foi a região em que os europeus estabeleceram os primeiros contatos com as populações indígenas, e, portanto, os primeiros povos a sofrerem com a exploração e devastação dos territórios, recursos naturais e culturais. No século XIX, como resultado do processo de colonização, as etnias indígenas foram consideradas extintas. Um século depois, esses povos retomam a luta pelo reconhecimento étnico, chegando atualmente a 96 etnias no Nordeste, sendo que 12 se encontram em Alagoas.

Há mais de quatro décadas, o seu fundador, Cônego Teófanes Barros, preocupado com a educação no estado de Alagoas, além de doar parte de seu patrimônio para a acomodação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), dedicou especial atenção para a juventude com difícil acesso à educação, principalmente a parte localizada no interior do estado, operária e comerciária.

Tendo em vista que os cursos da UFAL ocorriam somente durante o dia, como base nessa realidade, Cônego Teôfanes fundou o CESMAC para atender aos trabalhadores e trabalhadoras, além de dirigir a campanha de criação de cursos cinecistas por todo interior do Estado.

É com o espírito desbravador do seu fundador, que o CESMAC não se acomoda em seu conforto metropolitano, e leva a formação e qualificação para os segmentos da população localizados em lugares mais distantes e difíceis do Estado.

O curso está organizado com as disciplinas História dos povos indígenas no Nordeste e em Alagoas, Metodologia da Pesquisa Científica, Antropologia e Saúde, Políticas e Organização dos Serviços de Saúde Indígena, Bioética Clínica e Interculturalidade, Intervenções Clínicas voltadas para a população indígena brasileira, Estudo das Plantas Medicinais, Epidemiologia Aplicada, Processos Educativos em Saúde Indígena e Orientação para a elaboração do trabalho de conclusão de curso.

O quadro de docentes é composto por profissionais com mestrado, doutorado e Phd, tendo a maioria experiência e pesquisa em saúde coletiva e indígena.

Com esse espírito desbravador, com o objetivo de contribuir com a qualificação dos profissionais que trabalham com populações indígenas no Nordeste, iniciou o primeiro módulo da Pós Graduação em Saúde Indígena com cerca de quarenta cursistas em Delmiro Gouveia, com a disciplina Povos Indígenas no Nordeste e em Alagoas, ministrada pelo doutorando em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Aldemir Barros.